O valor do patrocínio. E das boas ideias
Erich Beting
Durante um bom tempo o banco Santander usou o slogan "o valor das ideias" para tentar se diferenciar da sua concorrência. E, a julgar pelo que o banco vem fazendo no campo do patrocínio esportivo, é de se dizer que talvez a instituição de origem espanhola seja a que mais bem sabe trabalhar as boas ideias que fazem um patrocínio ser ainda mais valioso.
O primeiro "gostinho" dado pelo Santander foi ao assumir o patrocínio da Copa Santander Libertadores. O banco fez tanto estardalhaço que "dominou" a competição. Acertou a compra de espaço na mídia (rádios Bandeirantes e Jovem Pan, entre outras) associada à preservação do naming right do torneio durante as transmissões dos jogos. Além disso, fez anúncio e criou ações para mostrar que era a patrocinadora oficial da competição.
Antes do banco espanhol, durante 11 anos a Toyota patrocinou a Libertadores e ajudou a tornar a competição atrativa financeiramente, mas pouco fez para comunicar que era o maior apoiador do futebol na América do Sul.
Agora, o Santander começa a mostrar, aqui no Brasil, que é o patrocinador da Ferrari na Fórmula 1. Depois de bancar uma volta de apresentação do Felipe Massa numa Ferrari em Interlagos, com portões abertos, agora o banco anuncia um novo produto para o consumidor.
Foi criado um fundo de investimentos com o nome "Grande Prêmio". Nele, além de o correntista colocar dinheiro para render, como qualquer outra carteira de investimentos, o bônus é o sorteio de felizardos para acompanharem um GP de Fórmula 1 com a equipe da Ferrari. As corridas serão as de Valência, Monza e São Paulo. A escolha é óbvia. Espanha e Brasil são os países dos dois atletas da Ferrari (Fernando Alonso e Felipe Massa), enquanto que a prova de Monza é uma das mais cobiçadas do circuito.
Com a ação, o banco não só cria um prêmio intangível para o seu cliente, mas cria um estímulo grande para que seja feito o investimento (inicialmente só serão aceitos aportes de R$ 5 mil, no mínimo). Os fundos de investimento em renda fixa são um dos grandes responsáveis pela boa lucratividade dos bancos no Brasil. E, nesse caso, podem gerar para o Santander muito mais do que o reconhecimento como patrocinador da Ferrari. É dinheiro que o banco ganha por patrocinar o esporte.
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Benê Lima