Patrocínio para dar dinheiro ou exposição?
Erich Beting
Essa discussão quase sempre vem à tona. Muita gente pergunta por aqui como é que se faz para conseguir um patrocínio. Na prática, não existe uma fórmula fechada. Mas uma coisa é certa. É preciso, cada vez mais, saber para que serve o patrocínio. E não do ponto de vista de quem precisa da grana!
O melhor xx do mundo todo mundo é. Porque é isso que todos tentam argumentar inicialmente quando buscam o patrocínio. "Não existe ninguém melhor que meu filho". "Ele já foi tricampeão sul-americano até 2 anos de idade"... Os argumentos são infindáveis para tentar mostrar que aquele garoto em potencial será a salvação do patrocinador.
O que ninguém para para pensar é o que o patrocinador busca com o investimento que faz. Uma coisa que se pode ter certeza é de que é cada vez mais raro o surgimento de um patrocínio que tenha a benevolência como maior argumento. Não se investe mais no esporte só por compaixão. Foi-se o tempo que o cara apostava no atleta mais por dó do que por analisar ali uma oportunidade de um bom negócio.
Um caso interessante que mostra bem isso é o patrocínio da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) à Fórmula Indy. A agência pagou cerca de R$ 10 milhões para ser apoiador da Indy. A função da Apex é gerar negócios no exterior para empresas brasileiras. Só no ano passado, foram US$ 370 milhões em negócios gerados a partir das provas da Indy. É um retorno e tanto para o investimento. Retorno palpável, em geração de novos negócios.
Algo bem diferente do que busca, por exemplo, a Hypermarcas no Corinthians. A empresa paga R$ 38,5 milhões ao ano para o Timão. Em troca, não pensa em vender mais de seus produtos que estão na camisa, mas manter suas marcas expostas na mídia durante todo o ano.
Muitas vezes o proponente a um patrocínio não entende que é necessário entender o que a empresa quer de retorno com um patrocínio. E esse é um dos maiores entraves para que o empresário invista no esporte. Sempre chegam as mesmas propostas, as mesmas abordagens, os mesmos "melhores do mundo"...
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Benê Lima