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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, julho 09, 2012

Corinthians: o que vem para a marca depois da Libertadores

Em entrevista, especialista comenta a atuação do Corinthians enquanto marca e como os clubes podem melhorar o seu marketing

 

Fonte: Administradores.com.br / Revisão: Benê Lima

É impossível negar, mesmo para quem não é corintiano, que o Timão possui torcedores fervorosos de fazer inveja a outros clubes. Mas isso não se deve apenas aos jogos de futebol - a recente conquista do título da Libertadores contra o Boca Juniors reforçou a paixão dos fãs - mas sim ao marketing fora de campo.

Isso pode ser constatado, entre outros fatores, pela força do time nas redes sociais - só a sua fanpage no Facebook, que é a maior entre os clubes do Brasil, possui mais de 2 milhões de fãs - e pela sua receita, que beira os 300 milhões de reais e é fruto, por exemplo, de cotas de TV, patrocínios, transferências de jogadores e vendas de produtos customizados.

Para falar um pouco da atuação do Corinthians enquanto marca e como os clubes podem melhorar o seu marketing, o Administradores.com conversou com Fábio Wolff, professor de marketing esportivo da Trevisan Escola de Negócios.

Fábio, diante da conquista da Libertadores e do investimento corintiano em reforçar a paixão pelo time, você acredita que, enquanto marca, o Corinthians já vem colhendo frutos?

Após o título da Copa Libertadores da América, com certeza a marca do time está mais valorizada, à medida que esse é o campeonato de maior valor da América do Sul. O Corinthians agora tem a chance de finalmente ter sua marca exposta no exterior, à medida que vai jogar o campeonato mundial de clubes no Japão no final do ano.

Fanpage do Corinthians no Facebook (Imagem; reprodução)

 

Você poderia apontar as perspectivas dessa vitória para o marketing corintiano?

As marcas querem estar associadas a clubes vencedores. O Corinthians sempre foi vencedor mas faltava esse título para o clube. Então, agora o marketing do Corinthians vai saber muito bem como explorar, aliás, já está sabendo: foi lançado um livro comemorativo pelo clube, já tem camisetas comemorativas e certamente deve ocorrer lançamento nos cinemas de algum filme à respeito. Essa vitória também vai ajudar nas negociações de patrocínio, uma vez que o clube está buscando patrocinadores.

Houve uma grande movimentação em torno dessa final e o trabalho de divulgação da marca Corinthians foi muito intenso. Esse é um modelo a ser seguindo por outros clubes?

Com certeza. Na verdade, quanto mais a marca aparecer, melhor para os patrocinadores e parceiros e melhor para o clube também em relação a reforço de marca ou Branding. O modelo do Corinthians no Brasil é uma referência e alguns clubes que não estão nesse nível podem seguir o mesmo modelo a fim de obter melhores resultados.

Notamos que outros times não conseguem desenvolver o seu marketing como o Corinthians consegue. Um exemplo é o Flamengo que, inclusive, tem mais torcida que o próprio time paulista. Em que esses clubes precisam melhorar?

Os clubes brasileiros sempre têm que buscar uma referência, no sentido de tratamento da indústria como um negócio, no que acontece no melhor futebol do mundo, que é o inglês. Os clubes brasileiros devem se espelhar não só no Corinthians mas, mais do que isso, nos clubes europeus, principalmente os ingleses. Isso porque eles têm um tratamento da marca eficiente. Prova disso são as receitas, os faturamentos desses clubes, que em muitos casos beiram a casa dos 800, 900 milhões de reais/ano. Se isso for usado como referência, o Corinthians no último ano teve um faturamento em torno de 290 milhões. Então, existe aí uma distância grande e que pode ser melhor explorada pelos clubes brasileiros, logicamente guardadas as devidas proporções de local, de características de cada país. Os clubes do país deveriam buscar uma maior internacionalização das marcas, assim como os clubes ingleses o fazem muito bem nos países asiáticos.

Em relação a jogadores de renome como o Ronaldo que era do Corinthians, o Neymar que joga no Santos e o holandês Sedoorf que está no Botafogo. O que esses atletas podem agregar às marcas dos clubes?

Eles agregam bastante. O Ronaldo é um bom case, pois a vinda dele foi atrelada com contratos de patrocínios maiores não só pra o Corinthians, mas para os outros clubes. Houve um aumento geral depois da chegada do Ronaldo e ele trouxe uma visibilidade para o Corinthians muito grande. No entanto, logicamente, não adianta se ter o atleta sem ter um bom planejamento de marketing e comercial. É muito importante que esses clubes tenham um planejamento a fim de obter o máximo de receita desses jogadores. 

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Benê Lima