Pós-Carnaval e análise restrita podem mascarar derrota da Globo com futebol
Especialista em marketing pondera triunfo de audiência da Rede Record com sua novela noturna diante da transmissão de partida do Corinthians na emissora carioca
Bruno Camarão
Cidade do Futebol
Uma “derrota dolorosa”, um “tombo histórico”. Estes foram alguns dos termos utilizados na mídia para delinear o resultado da audiência televisiva da Rede Globo durante a noite da última quarta-feira, quando a principal emissora do país transmitiu o Campeonato Paulista e ficou atrás da Rede Record, que garantiu o topo com sua novela noturna.
O diagnóstico “preocupante”, entretanto, pode ser ponderado, principalmente em se considerando a data e o horário específicos da medição do Ibope, e a larga vantagem da Globo em relação aos concorrentes nas últimas décadas.
“Ontem foi um dia atípico, quarta-feira de cinzas, muita gente viajando, descansando. Há necessidade de se analisar os números médios, de domicílios ligados naquele momento. A audiência não é uma análise fria”, afirmou Rafael Plastina, gerente de marketing, comercial e desenvolvimento da Informídia Pesquisas Esportivas.
“Partindo da premissa de que são verdadeiros os dados, sinceramente uma derrota em cinco milhões de vitórias teoricamente não representa nada”, completou.
Ao término do primeiro tempo da partida entre Grêmio Barueri e Corinthians, pelo Estadual, o "placar" do ibope registrava 15 pontos para a Globo e sonoros 27 pontos para a Record.
A TV do Bispo Edir Macedo exibia a novela “Caminhos do Coração”, de autoria de Tiago Santiago sob direção de Alexandre Avancini – a trama registrou 22 pontos de média, 26 de pico e 33% de share.
Durante o período em que foi exibida (das 22h21 às 23h18), “Caminhos” ficou sempre à frente do jogo que terminou empatado por um gol. Foi a primeira vez que uma novela da Record derrotou a Globo em um capítulo completo.
“Existe uma luta da Rede Record para crescer no segmento. Ela tem uma posição hoje que ela afirma ser a segunda colocada, uma evolução dos últimos anos, mas as distâncias gerais em relação à líder ainda são muito grandes. Indicar uma tendência a partir daí é complicado”, explica Plastina.
A Rede Bandeirantes de Televisão, que também passou a partida do clube mais popular de São Paulo, contabilizou seis pontos de audiência, em média, no período. Antes e após a transmissão esportiva, apresentou apenas quatro pontos, estabelecendo-se atrás também do SBT.
“Pode ser feita uma pesquisa de mercado para tentar identificar que tipo de diferença o telespectador tem percebido nas transmissões. O que ela gera na cabeça do telespectador, um narrador preferido, a tradição de ligar a TV na Globo, etc. As teorias precisam ser confirmadas”, analisa Plastina.
Plastina ainda prega uma diferenciação entre o que tem sido a audiência nas quartas e nos domingos [principais dias de jogos nas TVs], por intermédio de uma análise comparativa entre as evoluções da concorrência, a quantidade de câmeras, enfim, a transmissão como um todo.
“As emissoras são as que mais compram pesquisas e identificam seus resultados. Os profissionais delas analisam os dados do Ibope de maneira profunda. Se há esta perda, eles vão identificar. A Globo tem uma liderança e uma força tão grandes que pra ela crescer é muito complicado. E para uma empresa sair de quarto lugar e chegar a segundo, é mais fácil”, conclui.
Sinopse
"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
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