Opinião
A ÉTICA PELA ÓTICA DO VERDADEIRO CRONISTA
Pela visão do homem ou mulher de rádio, jornal, televisão e multimeios, tanto a informação quanto a opinião devem pautar-se pela verdade dos fatos, mantendo a finalidade do interesse social e coletivo
Se o jornal discute publicamente algumas das questões que lhes são inerentes e para isso criou a figura do ‘ombudsman’, porque os outros meios de comunicação querem se manter imunes à crítica?
Enquanto são raros os que, como nós, discutem publicamente – e o fazemos apenas pontualmente - o desempenho de profissionais e de veículos de comunicação, muitos são os que pugnam por imunidade para fazerem o que bem querem, inclusive enveredando pela crítica e até a ataques pessoais a companheiros de profissão.
É preciso que a categoria entenda que nenhum radialista erra sozinho. Parte do erro é sempre atribuído à categoria, como uma espécie de carma coletivo que é superposto ao carma individual. Portanto, sermos corporativistas no caso em questão, representa darmos um tiro no próprio pé, assumindo uma culpa, pecado ou vício que não nos cabe.
Só poderemos atingir um melhor patamar no conceito dos nossos ouvintes, quando percebermos a necessidade de criarmos, a partir de nós mesmos, uma relação de maior confiabilidade com o ouvinte, ouvinte esse que geralmente se situa nos extremos, ora sendo excessivamente generoso, ora se mostrando um crítico implacável, ou verdugo.
É certo que precisamos impor limites ao debate de idéias, à discussão ideológica e à luta por audiência. Se assim não o fizermos, estaremos outra vez reproduzindo a lógica do ‘vale-tudo’, tão deletéria à implantação dos mais autênticos valores, sobre os quais uma sociedade deve ser edificada.
Tem sido perceptível no meio radiofônico, onde por característica se exercita uma maior dose de liberdade, um direcionamento da crítica para a pessoa, atingindo-a em seu caráter e em sua personalidade. O jogador de futebol não é mais questionado apenas por suas habilidades e desempenho. Seu caráter também tem sido alvo das ilações de alguns comentaristas ou congêneres, e não raro temos dado testemunho do processo de ‘queimação’ a que são submetidos os profissionais da bola.
Com a proliferação da distorção da opinião, patrocinada por torcedores de microfone e pelo comportamento antiético, amoral e imoral de alguns profissionais da crônica, formou-se o hábito de se investir na destruição da imagem de cidadão do atleta, para expor-lhe aos interesses escusos destes maus profissionais da crônica, especialmente do meio radiofônico. Daí ser importante que a representação dos atletas tome uma posição firme em favor da categoria, que já vem tendo sua dignidade aviltada pela irresponsabilidade e indignidade de certos profissionais do microfone, reitero.
Separar a boa da má crítica, dissociar da crítica de boa-fé a maledicente e a tendenciosa é tarefa indispensável para a preservação do caráter dos bons profissionais. Logo, é missão que se impõe; é prática inescusável; é garimpagem purificadora!
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EFEMÉRIDES
Verdão ganha no sufoco
Mais um jogo em que as duas equipes demonstraram um nivelamento técnico muito grande. Outro fator em que também se nivelaram foi na vontade de vencer e na maneira como se empenharam na partida. E estes fatores puderam ser percebidos pelas alternâncias de domínio e de volume de jogo. Nos 90 minutos uma vitória inquestionável do Ceará, que demonstrou ser uma equipe mais madura que a do Icasa. Diante do que vimos no tempo normal (90 min), era difícil prognosticar uma vitória do Verdão do Cariri na prorrogação. A derrota por 2 a 0 causou certo abatimento no time icasiano, situação que foi surpreendentemente superada logo após 12 minutos de descanso e conversa que antecederam o período final de jogo. Com uma nova feição, o Verdão conseguiu se impor na prorrogação, marcando o seu gol e fazendo prevalecer certa supremacia.
Play Freitas x Heriberto da Cunha
Nosso entendimento é que a batalha dos treinadores teve em Heriberto o seu vencedor. Com uma escala limpa, sem invencionice, o técnico alvinegro conseguiu ter uma equipe mais estável. Play precisou que seus comandados se desdobrassem, além de ter contado com o auxílio da defesa alvinegra. Definitivamente, a marcação de um gol em jogada aérea com os baixinhos Clodoaldo e Vanderlei como homens de definição, realmente era algo pouco provável. Por mais que consideremos a atenuante que teve Play, advinda da falta de melhores opções de banco, não dá para colocá-lo no pedestal do melhor. Por enquanto, ainda não!
Arbitragem
Luzimar Siqueira encontrou o ponto de equilíbrio para um jogo de semifinal. Mostrou-se seguro e sereno. Aplicou os cartões com critério e acerto. Acompanhou os lances em cima deles e soube se impor nos momentos de maior dificuldade. Passou tranqüilidade para os jogadores e nos deu a garantia de que estamos diante de um bom árbitro emergente.
O futebol aparenta ser cheio delas. Quanto mais escuto o técnico Argeu dos Santos, menos acredito que ele terá uma chance em nossos dois maiores clubes da Capital. Não discuto os conhecimentos de Argeu sobre o futebol, mas lamento que ele tenha uma visão tão amadorista de seu interrelaciomento com seus jogadores. Não tenho dúvida de que a liderança de um treinador, apesar de poder passar pela figura do ‘paizão’, contudo, ela jamais deve estribar-se em um modelo tão antigo e embolorado. Mais que ser um bom treinador, Argeu deve ter preocupação em saber vender sua imagem. Ao invés de cultivar um discurso defensivo e piegas, não custa exercitar um que seja mais positivo e edificante, que não contemple teorias conspiratórias nem ode contra o racismo. (Foto: SSampaio)
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BREVES E SEMIBREVES ®
Em alta. Argeu dos Santos, treinador do Horizonte, mostrou que um bom tempero pode transformar um prato principal simples numa ótima iguaria. Uma nova escolha dos atletas e alterações no planejamento tático deram o tom das mudanças.
Em baixa. Silas Pereira, treinador do Fortaleza, por não ter sabido safar-se do nó tático que lhe foi imposto por Argeu. O Horizonte ‘grampeou’ o Fortaleza, impedindo-o de realizar suas principais jogadas.
Pressão. O repórter Déo Luís informa que Sacha Jucá poderá assumir a Direção de Esportes do Alvinegro de Porangabuçu. Diz-se que o Conselho Deliberativo do Alvinegro está dividido em relação ao nome de Sacha, o que poderá resultar na indicação de um novo nome.
Televisão. A TV precisa melhorar a qualidade de sua produção no quesito informação. Alguém precisa vir em socorro para esclarecer alguns itens do regulamento. E este prevê 10 minutos de intervalo entre os 90 minutos de partida e a prorrogação.
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”Depois do Alex, que hoje está no Fenerbahçe, o Brasil não produziu mais nenhum jogador criativo. As tendências são preencher espaços, compactar, correr, não ter posição específica. Mas e aquela coisa diferente, que sempre marcou o nosso futebol? Isso tem ficado de lado.” (Wanderley Luxemburgo)
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Benê Lima
85 8898-5106, o telefone da comunicação
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Benê Lima