Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Com Pé e Cabeça 113, a coluna do Benê Lima

”O futebol cearense existe, e precisa ser reinventado.” (Benê Lima)

Lançamento
MAIS UM ‘PONTO COM’ A CAMINHO?

Ele vem para ocupar uma lacuna na área do direito esportivo e da opinião crítica e elaborada, colocando-se como mais um instrumento de formação de idéias

O ‘NAAREA.com’ não é apenas mais um sítio (ou site) que irrompe em um mercado já saturado. Ao contrário, este é um projeto que nem se precipitou nem carrega a marca da mesmice.

O mercado que buscamos não é o do BBB (Big Brother Brasil), assim como também não é o da EIB (Elite Intelectual Brasileira). Pretendemos orbitar mais ao centro, atraindo principalmente a média entre um e outro extremo, sem com isso desprezarmos nenhum efeito centrípeto – que atraia para o ponto medial os mais diferentes estilos.

A iniciativa de interlace do Direito Esportivo com Opinião, através da verve de colunistas e ensaístas do direito esportivo, é uma tentativa de dar perenidade ao interesse dos leitores-internautas, condição ‘sine qua non’ para a longevidade de mais este instrumento de intermeio ora criado – como o é o meio virtual.

Nossa expectativa é a melhor possível. O terreno do futebol em que nos lançamos é fértil, porque excede em discussão apaixonada, mas continua carente de uma discussão anti-sectária e imparcial – para não dizer desapaixonada, enfim – que é o que sobremaneira nos interessa.

No futebol a credibilidade também se constitui em artigo de luxo, raro e custoso. Eis o porquê de termos em mente cultivá-la abundantemente, com vista a estreitarmos o laço de fidelização com os nossos leitores. De outra parte, não queremos ver reforçada em cada desportista a atitude recidiva e contraproducente de crença na descrença.

Com os exemplos do trabalho, do profissionalismo, da competência e da ética, pretendemos nos inserir no processo de permanente discussão do futebol, em especial do futebol cearense, local em que a gestão desportiva assume contornos entre o embrionário e o caricatural. Se há quem nele faça um esforço para enxergar o futebol como ele é, ainda há quem o veja e o trate como um simulacro da realidade. Dona Lindaura, a executiva das ingerências do Ceará Sporting Club que o diga. Para ela, a importância da banana não está no auxílio da reposição de minerais como o potássio. Banana é aquilo que ela está dando para o trabalho físico que se tenta realizar no Alvinegro de Porangabuçu.

Então, diante de um futebol de caboclinhos e macunaímas, faz-se ofício o surgimento de um instrumento de reflexão crítica e profunda, que se expresse em conformidade com as exigências de um futebol falto de conhecimento, orientação e profissionalismo.

* * *

EFEMÉRIDES

Para reflexão

Sérgio Redes, o experiente e inteligente desportista e ex-jogador de futebol de Fortaleza e de Ceará, conhecido como Serginho Amizade - meio-campista criativo que chegou a Fortaleza no início da década de 70, juntamente com o zagueiro Dimas e o atacante Miguel -, expressa sua opinião sobre a inconveniente fórmula atual de disputa do Campeonato Cearense, em conformidade com um de seus mestres na universidade. Em certo trecho de seu artigo, Sérgio Redes afirma: “A tabela visa o lucro financeiro, não se preocupa com a qualidade do futebol e muito menos com a saúde dos jogadores. Cada equipe realizou nove jogos em vinte e nove dias. Quase um jogo a cada três dias. Se levarmos em consideração que, além do curto espaço de recuperação entre um jogo e outro existem as viagens, a maioria de ônibus, entenderemos o desgaste físico e emocional a que os jogadores estão submetidos.”

Icasa matreiro
Mais um jogo entre Fortaleza e Icasa em que o Tricolor do Pici não consegue levar vantagem sobre o time juazeirense. Disto se aproveitou o time do técnico Play Freitas para matreiramente explorar as dificuldades do time do exaltado técnico de Silas Pereira. Não é difícil percebermos o Fortaleza como um time tenso e ao mesmo tempo um tanto desfibrado. Não vai aqui nenhuma conotação pejorativa aos atletas leoninos. Ao contrário, a equipe se esforça, mas parece sentir o peso da responsabilidade e das cobranças, algumas despropositadas. Houve momentos dentro da partida que o time desconcentrou-se de tal forma, como se estivesse em um estado semi-letárgico. Este estado é mais presente quando o adversário tem o domínio da bola, o que nos faz acreditar que a equipe ainda não introjetou como deveria a necessidade da marcação. Além disto, a transição defesa/ataque é feita frequentemente de forma direta, o que acaba dificultando a qualidade do passe. Outro fator que ficou evidente desde a semifinal é que a equipe perde a confiança com muita facilidade. Ademais, o time não joga com alegria, situação que transmite certo nervosismo aos atletas, notadamente naqueles que possuem uma maior propensão para a irritação.

Verdão apostou no erro do rival
Passada a pressão inicial, o Icasa aos poucos foi fazendo o seu jogo fluir, sobretudo em cima das falhas de marcação do adversário. Zé Augusto incomodava o sistema defensivo leonino, bem como Serginho e principalmente Esquerdinha – que teve uma movimentação fantástica. Esquerdinha é o tipo do jogador liso, que retém a bola com extrema habilidade, dificultando a ação do adversário no sentido de roubar-lhe a bola. De outra parte, quando era a vez da equipe icasiana ceder em sua postura defensiva, aí aparecia a categoria do bom goleiro Douglas fechando o gol. Até esta situação criada pela estupenda participação do goleiro do Verdão ia minando a confiança da equipe do Pici. Com isso aumentava o desespero do Leão, do que se aproveitava o Icasa para ir tocando a bola com muita consciência, aguardando o melhor momento para dar o tiro de misericórdia, ou, simplesmente, manter um ou outro – vitória ou empate - dentre os resultados que lhe favoreciam. O gol de Marciano na 1ª etapa de jogo deu maior tranqüilidade à equipe, que em momento algum demonstrou intranqüilidade. Nem mesmo o empate do Tricolor nos acréscimos abalou a equipe. Desse modo, o Verdão do Cariri conquistou de uma só vez, a Taça Estado do Ceará (1º Turno), no mínimo o Vice-campeonato cearense, a vaga na Série-C do Brasileiro deste ano e, outra vez, sua vaga na Copa do Brasil, desta feita de 2009.

Arbitragem
Marcos Antonio Sampaio teve difícil missão pela frente. Da mesma maneira que Luzimar Siqueira, Manoel Moita e Almeida Filho, sua arbitragem anda bem no aspecto técnico, embora no jogo em questão tenha deixado de assinalar uma falta máxima de Erandir sobre Esquerdinha. Quanto ao panorama disciplinar, Sampaio não se saiu tão bem assim, fazendo-nos crer o quanto é difícil a um árbitro não fazer distinção entre camisas. Mas pelo grau de dificuldade da partida, de 0 a 10 uma nota 7 lhe caberia bem. Sorte dele não ter causado mal maior ao time do Icasa.

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BREVES E SEMIBREVES ®

Inferência.
Da atitude do por enquanto ex-advogado do Ceará, Clarke Leitão, em declarar sua crença na irregularidade da condição de jogo do baixinho Clodoaldo, e depois nada fazer concretamente para dar provimento à sua denúncia, conclui-se que o presidente Eugênio Rabelo não lhe deu suporte para levar avante seu intento. Ou não?

Mudança de foco. O enfoque da campanha “Sua Nota Vale Dinheiro” deixou de lado o torcedor, quem mais precisa, para beneficiar os clubes de futebol e até as federações. No fim, tudo conspira para que o torcedor se desacostume a marcar sua presença nos estádios.

(Des)organizadas . O Ministério Público de Minas Gerais pedirá proximamente o fim das torcidas organizadas de Atlético-MG e Cruzeiro. A ação é de iniciativa do promotor Francisco de Assis Santiago, que assevera: “O que está acontecendo é que as torcidas organizadas têm mudado o foco do futebol para a violência”. É fato!

Paulistão. Por lá quase tudo é feito corretamente. Só não estavam previstas tantas zebras. O São Paulo corre atrás do prejuízo; Corinthians e Palmeiras se situam numa zona intermediária; já o Santos de Marcelo Teixeira e Leão tem sido a grande decepção. Consolo e conforto para o Vozão?

Polêmica. Wanderley ou Vanderlei? Até na escolha do seu nome o agora Wanderley consegue gerar polêmica. Depois de pedir a contratação Zé Roberto para o Santos, chegou a vez de solicitar Denílson para o seu Palmeiras. Lembrando que Denílson foi considerado o maior blefe em contratação já feita por um clube europeu. A vítima à época, foi o Bétis, da Espanha.

Mesmice. Os dois grandes clubes de Belém, Paysandu e Remo, comportam-se, através de seus cartolas, do mesmo modo que os cartolas daqui: pegam uma corda tremenda para fazerem ‘contratações de grandes nomes’ e acabam dando com os burros n’água. O pior – para Remo e Paysandu - é terem que administrar a falta de credibilidade de seus clubes.

Detalhe. Impressionante o silêncio sepulcral que tomou conta do onze leonino, após sofrer o gol do Verdão. Ninguém sequer reclamou. Palavras de incentivo e/ou motivação, nem pensar!

Ressalte-se. Paulo Isidoro foi o principal destaque do Tricolor, seguido pelo goleiro Tiago Cardoso. De meia a atacante, passando por 2º volante, Paulo demonstrou um futebol de boa técnica e muito fôlego: correu, marcou, armou, driblou e fez gol.

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”No futebol, mais se acha do que se compreende, mais se acredita do que se comprova. Se pelo menos achassem o conhecimento... Se pelo menos se acreditasse nos fatos ao invés de nos mitos...” (Adaptação do texto de Rodrigo Azevedo Leitão)


Benê Lima
benecomentarista@yahoo.com.br
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Benê Lima