Salários altos pagos pelos clubes e vitrine para a Copa do Mundo de 2014 atraem jogadores dos países vizinhos
FÁBIO HECICO - O Estado de S. PauloSÃO PAULO - O futebol brasileiro começa a ter um novo sotaque: o castelhano. Considerados bons investimentos pelo custo-benefício, já que são baratos e dão boas respostas no campo, os sul-americanos estão invadindo o futebol nacional. Apenas na janela deste meio de ano, 16 jogadores desembarcaram nos clubes da Série A e mais dois no Palmeiras, na Série B do Brasileiro. São nada menos de 44 estrangeiros na Primeira Divisão, muitos argentinos, uruguaios e paraguaios, o norte-americano Freddy Adu, e até europeus, casos do holandês Seedorf e do espanhol Fran Mérida.
Alex Silva/EstadãoClemente Rodríguez é uma das apostas do São Paulo para a lateral-esquerdaDos 20 times da Série A, apenas Atlético-MG, Criciúma e Goiás não contam com mão de obra de fora do País. Mas isso pode acabar em breve, já que vasculham o futebol sul-americano atrás de reforços “bons e baratos” e não devem ter problemas, uma vez que o orçamento dos clubes brasileiros é bem superior aos dos times do continente.
O futebol paulista é o que mais aposta nos vizinhos sul-americanos. Das 16 contratações, oito foram de clubes do estado.
O Santos investiu R$ 7,7 milhões pelo lateral-esquerdo chileno Eugenio Mena, da Universidad de Chile, para acabar com a carência na posição. O jogador aguarda a parte burocrática para estrear. E não terá problema de adaptação uma vez que o clube ainda conta com os argentinos Montillo, na meia, Patito Rodriguez e Miralles no ataque (algum deles deve ser negociado já que apenas três estrangeiros podem jogar).A direção santista ainda busca um treinador de fora do País. Investiu nos argentinos Marcelo Bielsa, que não aceitou a proposta, e Gerardo Martino, que ainda tem chance de ser contratado. E quer o atacante Scocco, do Newell’s Old Boys, nos planos também do Internacional.
O São Paulo também se reforçou para a lateral-esquerda. Trouxe o experiente argentino Clemente Rodríguez, do Boca Juniors, enquanto o Corinthians aposta todas as suas fichas no centroavante peruano Guerrero, um investimento de R$ 10 milhões.
Os jogadores do Peru, por sinal, andam em alta no País. A Ponte Preta já contava com Luis Ramirez e agora foi buscar o lateral-direito Advíncula, no Hoffenheim, da Alemanha. Também acertou com o meia argentino Sarmiento, do All Boys. Na Lusa, o lateral-direito chileno Bruno Romo, do Colo Colo, está em fase de testes e deve ser aprovado para formar o trio de estrangeiros com os argentinos Cañete e Luceno.
Já se armando para ter um grupo forte na volta à elite, em 2014, o Palmeiras (já tinha o chileno Valdivia) trouxe o volante uruguaio Eguren (veio de graça do Libertad) e o meia paraguaio Mendieta (pagou R$ 4 milhões ao Libertad).
Com salários em média bem mais baixos que as estrelas nacionais, os estrangeiros agora fazem um clamor para que a CBF mexa no regulamento e permita que mais do que três deles possam entrar em campo numa partida. Isso para que muitos outros compatriotas venham ao Brasil. Scocco, Martínez, Contrera, Saviola, Lucho González, Fabian Coronel e Chamucero podem ser os próximos a aumentar o sotaque gringo no Brasileirão. Devem ir para o Sul ou o Rio, outros grandes centros em que “estão em casa.”
Em Porto Alegre, o Inter conta com D’Alessandro, Dátolo, Forlán e agora Bolatti, devolvido de empréstimo pelo Racing, e o Grêmio conta com Riveros e Maxi Rodrigues (recém-chegados), Barcos e Vargas.
No Rio, o Vasco investiu R$ 4 milhões para ter o armador Montoya, do All Boys, ao lado de Tenório. O Botafogo conta com Lodeiro e Seedorf. O Flamengo aposta em Moreno, González e Cáceres, e o Fluminense conta com Monzon e Valencia.
GRINGOS JÁ "DERAM" TÍTULOS IMPORTANTES AOS CLUBES DO PAÍS
Para quem pensa que investir em estrangeiro é um risco, algumas grandes conquistas recentes mostram justamente o contrário. O Corinthians detém o título do Mundial de 2012 com duas vitórias por 1 a 0, ambas com gols do peruano Guerrero, seu artilheiro na atual temporada.
No Inter, D’Alessandro conquistou a torcida não apenas por sua garra e habilidade, mas também pelo destaque em decisões. O argentino foi o craque das Américas em 2010, ano em que levou o Inter à conquista da Libertadores. Ainda ganhou a Sul-Americana em 2008 e a Recopa em 2011.
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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."
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segunda-feira, julho 15, 2013
Brasil investe em sul-americanos ‘bons e baratos’
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Benê Lima