Por Benê Lima
“Não existe uma solução global que seja cem por cento adaptável a problemas locais.”
Discutirmos O calendário do futebol brasileiro não é discutirmos UM Calendário para o futebol brasileiro, que contemple as diferenças estaduais, regionais, culturais e econômicas. Portanto, é importante sim discutirmos não só esta, mas outras questões de relevância que se relacionem com o maior ou menor sucesso do futebol. Contudo, é preciso que o debate não tenha como ponto de partida ideias preconcebidas, tidas como acabadas (prontas), sem sequer terem sido submetidas minimamente ao teste pragmático da verdade.
No Brasil do futebol, vendemos aos torcedores mediocridade pelo preço de celebridade. Esse sofisma acaba por desgastar o produto futebol e não possui auto-sustentabilidade que possa manter o produto no topo da preferência do cliente-torcedor.
As figuras abaixo simbolizam a visão dos torcedores destes clubes em relação à importância do Brasileirão
É mais comum do que se imagina, que as soluções para a casa de A não se apliquem a casa de B.
Não resta dúvida que é bom ver os torcedores buscarem esclarecimento. Porém, nossos clubes deveriam ter mais torcedores para curti-los e menos torcedores-gestores para criticá-los.
O processo de globalização deve respeitar as vocações regionais, as peculiaridades locais e, sobretudo, as identidades culturais, sem o quê não deveria merecer de nós nenhum respeito.
O pensador do futebol que desconsidera os aspectos antropológicos e sociológicos para a compreensão do mesmo, também estará na Idade da Pedra. Portanto, não vejo que precisemos ter um modelo único de gestão do futebol para todas as regiões do nosso país. Neste caso, entenda-se por modelo a concepção daquilo que pretendemos para formatação do produto futebol, do ponto de vista de suas competições.
Do mesmo modo que os campeonatos estaduais são ditos moribundos, podemos assim rotular o Brasileirão, embora concorde que há exagero nisto. O mesmo pode ser dito sobre a Copa do Brasil, onde há equipes programando abdicarem de sua disputa.
Todo os dias escutamos a imprensa discutindo a falta de motivação de clubes como o Corinthians em relação ao Brasileiro. Já pensaram sobre isto? A propósito, será que o Brasileirão, nossa maior competição e melhor produto futebolístico nacional, tem intrinsecamente o mesmo valor e motivação para Náutico e Corinthians?
O que dizer da contra tendência que se ergue no futebol pernambucano, de ter seis arenas e um campeonato estadual com sessenta equipes? Não diria nem que estão certos nem que estão errados. Sugiro - isto sim - uma ampla e mais criteriosa discussão sobre o tema, levando em conta o que todo palestrante deveria fazer: considerar as questões de forma contextualizada.
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Benê Lima