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Atacante Ailton, do Atlético Acreano, com os colegas de clube após jogo em Macapá |
O clube conseguiu o acesso da quarta para a terceira divisão do futebol nacional com uma folha salarial de R$ 60 mil e jogadores que dividem o tempo de jogos e treinos com outras profissões.
O lateral Januário, por exemplo, trabalha como entregador na distribuidora da família. Leandro, volante, é repositor em um comércio. O atacante Jessé completa a renda como frentista. O colega de ataque Aílton tem a carteira de trabalho assinada como atendente numa empresa de plano de saúde.
"Trabalho das 7h as 13h na empresa e venho para o treino. À noite vou para a aula. Minha jornada é de quase 20 horas por dia. Preciso completar a renda pra sustentar a família", diz Aílton, 29.
Ele os colegas de clube conseguiram um acesso inédito. O Atlético é o primeiro clube do Acre a subir numa competição nacional.
A equipe não vencia o campeonato estadual desde 1992, e depois de um longo jejum, conquistou em 2017 o bicampeonato.
"A maioria deles tem dupla jornada. É a realidade do nosso futebol", disse o presidente Elisson Azevedo,42, ex-jogador do Atlético.
Segundo Azevedo, os dois patrocínios que o clube estampa na camisa, Unimed e Supermercado Araújo, só cobrem 40% da folha salarial. A outra parte é quitada com ajuda de amigos e torcedores.
Na Série D do Brasileiro, o time não perdeu nenhum jogo em casa. Tem o melhor ataque com 28 gols. Na quarta-feira (16), negociou com o Cruzeiro o atacante Careca, 22, vice-artilheiro do time.
Quando o Atlético garantiu o acesso com empate por 1 a 1 com o São José-RS, a diretoria pagou R$ 200 de premiação para os jogadores. Naquela partida, o clube arrecadou R$ 101 mil de bilheteria.
No domingo (2), o Atlético enfrenta o Operário-PR em Rio Branco (AC), no jogo de ida da semifinal da Série D. A diretoria anunciou que vai repassar 30% da renda com bilheteria para os atletas.
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Benê Lima