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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, agosto 19, 2017

Atlético Acreano contou com frentista e entregador para subir à Série C

Reprodução
Atacante Ailton, do Atlético Acreano, com os colegas de clube após jogo em Macapá
Atacante Ailton, do Atlético Acreano, com os colegas de clube após jogo em Macapá
Atlético Acreano é um exemplo da realidade dos times pequenos do Brasil.

O clube conseguiu o acesso da quarta para a terceira divisão do futebol nacional com uma folha salarial de R$ 60 mil e jogadores que dividem o tempo de jogos e treinos com outras profissões.

O lateral Januário, por exemplo, trabalha como entregador na distribuidora da família. Leandro, volante, é repositor em um comércio. O atacante Jessé completa a renda como frentista. O colega de ataque Aílton tem a carteira de trabalho assinada como atendente numa empresa de plano de saúde.

"Trabalho das 7h as 13h na empresa e venho para o treino. À noite vou para a aula. Minha jornada é de quase 20 horas por dia. Preciso completar a renda pra sustentar a família", diz Aílton, 29.

Ele os colegas de clube conseguiram um acesso inédito. O Atlético é o primeiro clube do Acre a subir numa competição nacional.

A equipe não vencia o campeonato estadual desde 1992, e depois de um longo jejum, conquistou em 2017 o bicampeonato.

"A maioria deles tem dupla jornada. É a realidade do nosso futebol", disse o presidente Elisson Azevedo,42, ex-jogador do Atlético.

Segundo Azevedo, os dois patrocínios que o clube estampa na camisa, Unimed e Supermercado Araújo, só cobrem 40% da folha salarial. A outra parte é quitada com ajuda de amigos e torcedores.

Na Série D do Brasileiro, o time não perdeu nenhum jogo em casa. Tem o melhor ataque com 28 gols. Na quarta-feira (16), negociou com o Cruzeiro o atacante Careca, 22, vice-artilheiro do time.

Quando o Atlético garantiu o acesso com empate por 1 a 1 com o São José-RS, a diretoria pagou R$ 200 de premiação para os jogadores. Naquela partida, o clube arrecadou R$ 101 mil de bilheteria.

No domingo (2), o Atlético enfrenta o Operário-PR em Rio Branco (AC), no jogo de ida da semifinal da Série D. A diretoria anunciou que vai repassar 30% da renda com bilheteria para os atletas. 

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Benê Lima