A bancada da bola, para lá¡ de unida e articulada já¡ se mobilizou para alterar a lei aprovada em 2015 para salvar os clubes brasileiros.
A realidade é que jamais o PROFUT deveria ter sido criado como foi. Segundo meu último estudo sobre as finanças dos times em 2016, as dívidas fiscais que deveriam ter caído no ano passado, pelo contrário subiram.
Já em 2015 os times receberam, por conta dos descontos e deduções um valor astronômico, que atingiu R$ 700 milhões A Lei presentou com esse valor gigantesco times que há¡ décadas devem impostos e contribuições sociais.
Já publicamos no Lance! que há clubes com grandes dividas federais terão que pagar muito por mês para estar em dia com a legislação. Isso significa diminuir drasticamente os custos com futebol e social, para não fechar com pesados déficits, também limitados pelo PROFUT.
Algo que os clubes não conseguem, reduzir custos operacionais para pagar impostos em dia.
A bancada da bola, que é muito forte e unida já está trabalhando para mudar e flexibilizar as regras, com o mesmo argumento de sempre, a inconstitucionalidade da lei.
Os dirigentes consideram inconstitucional que o governo federal determine regras que afetem sua operação. Apenas se esquecem que suas dívidas com a União deveriam obriga-los a seguir as regras do seu principal credor.
Na visão do futebol brasileiro o devedor dita as regras ao credor. E ainda ganha de presente, patrocínios milionários do banco estatal.
Por isso sempre fui contra desde o início a forma como o PROFUT foi concebido. Já vimos isso com a Timemania e anteriormente com o REFIS.
Todas as vezes os clubes pararam de recolher, muitos até foram excluídos e no final fazem lobby para mudar a legislação.
Enquanto as regras forem brandas e sem punições pesadas nada vai se alterar.
Os clubes brasileiros estão acostumados com a complacência dos seus credores do setor público, por isso não consideram importante pagar. Com os bancos já agem diferente, já que com as execuções de dívidas bancárias deixariam de operar.
Se ao ser excluído do PROFUT, o clube tivesse boa parte das receitas bloqueadas para pagar dívidas e um rebaixamento no Campeonato Brasileiro, nada disso ocorreria.
Não o contrário com aconteceu no texto final da lei, com exclusão das punições esportivas.
Em todos os países que o esporte se transformou em uma Indústria pujante houve a criação de pesadas punições para times que não pagam salários, contribuições sociais e impostos.
Mesmo esses times de magnatas, com contratações e salários absurdos, a dívida é contraída pelo dono, mas o time não deve um único centavo para jogadores e o governo.
Essa visão paternalista de ajudar os clubes devedores com benesses, foi o maior mal do nosso mercado. Somente evoluiremos caso a lei puna severamente quem a descumpra.
E que a CBF e clubes por meio do legislativo não continuem atrasando nosso desenvolvimento. A bancada da bola é um grande mal para o futebol do Brasil.
Corinthians poderia ser punido pela lei
O maior sucesso esportivo de 2017, Corinthians, poderia ser punido pelo texto da lei do PROFUT.
O clube faturou R$ 140,3 milhões nos primeiros seis meses deste ano e até o momento apresentou déficits de R$ -35,5 milhões.
As perdas representam 25% da sua receita. A legislação determina que os déficits dos times não superem 20% da receita, uma mudança do texto original que falava 10% em 2017.
Os tributos parcelados do Corinthians atingiram R$ 210 milhões, frente aos R$ 147 milhões de 2014. Certamente não era esse o intuito da nova regulação.
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Benê Lima