LUIZ
COSENZO
ENVIADO ESPECIAL A MOGI MIRIM
ENVIADO ESPECIAL A MOGI MIRIM
"Aqui tem muito pai de família
que precisa colocar o leite em casa e pagar as contas, que chegam a todo
momento. É difícil viver quatro meses sem receber salário."
A lamentação é do zagueiro do Mogi
Mirim Emerson Feliciano de Barros, 34, mas poderia ser de vários jogadores do
atual elenco do clube.
Com salários atrasados que variam de
um a sete meses, o clube do interior de São Paulo contou com a ajuda da FPF
(Federação Paulista de Futebol) para quitar parte da dívida. A entidade adiantou parte da cota do
time participação na Série A3 do Paulista de 2018.
A Folha apurou que
o pagamento será feito em duas parcelas, depositadas na conta dos atletas,
inclusive do meia Cristian e do goleiro Márcio. Ambos foram afastados do elenco
por liderarem movimento dos atletas que se recusaram a entrar em campo por
falta de pagamento na semana passada, em jogo da Série C do Brasileiro.
O primeiro depósito foi feito nesta
sexta (18) e o segundo está programado para o dia 11 de setembro. O valor total
adiantado será de R$ 100 mil.
"Entendemos que a situação é
difícil, mas precisávamos receber. Pedimos neste momento pelo menos um mês para
terminar o campeonato", afirmou Emerson, que contou com a ajuda da sua
mulher, Aline, para "não faltar nada em casa".
Se o zagueiro não recebia há quatro
meses, outros jogadores estão com salários atrasados há seis. São os casos do
atacante Ruster, 20, do meia-atacante Vitinho, 19, e do zagueiro Vinícius, 23.
Atualmente, o elenco do Mogi Mirim
tem 22 jogadores.
Ao menos oito atletas deixaram o
clube devido aos atrasos no salário, como os goleiros Maringá e Poty, o
zagueiro Diego, o volante Dudu, o lateral esquerdo Nicholas e os atacantes
Nunes e Jarlyson, entre outros.
"Recebíamos a promessa de que o
salário seria pago, mas não era. Com isso, a cada reapresentação eu tinha um ou
dois jogadores a menos no elenco. Eles pegavam as coisas e iam embora sem
avisar", contou o técnico Marcelo Veiga.
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Benê Lima