Há cerca de um mês, os bicheiros cariocas aceitam apostas em partidas do Brasileiro, da bilionária Liga dos Campeões e da Libertadores.
Nesta semana, os contraventores bancavam palpites em partidas da Copa do Brasil e de torneios na Alemanha, Rússia, Argentina, Israel e Equador, entre outros.
Além de partidas de futebol, as bancas também aceitam palpites em jogos de vôlei e lutas, como o UFC.
Ricardo Borges/Folhapress | ||
Recibo de aposta feita em resultados de partidas de futebol em bancas do jogo do bicho |
O modelo adotado pelos bicheiros é semelhante ao de países europeus, que usam páginas na internet para receber as apostas.
Essa modalidade é uma das principais arrecadadoras da indústria das loterias no mundo. Desde 2011, o governo federal tenta regulamentar no Brasil algo parecido.
Hoje, no país, é proibido explorar economicamente apostas em resultados esportivos, seja como apostador ou organizando bancas. O ato configura contravenção penal, com pena de 3 meses a 1 ano de prisão e multa para quem organiza a jogatina. Quem for pego apostando, pode ter de pagar multa de R$ 2.000 a R$ 200 mil.
De acordo com especialistas, o mercado nacional de apostas no futebol em sites registrados fora do país movimentará cerca de R$ 4 bilhões neste ano.
As maiores casas de apostas da Europa têm páginas em português, o que tem contribuído para atrair brasileiros.
Já os bicheiros aceitam diferentes tipos de apostas. É possível dar palpites no vencedor do confronto ou apenas no time que ganha o primeiro tempo. Há também bolão com cinco partidas em cada rodada do Brasileiro. O vencedor pode receber prêmio de até R$ 15 mil nessa modalidade na rodada do próximo final de semana.
A Folha encontrou pelo menos quatro pontos de apostas nas zonas sul e norte do Rio. Os mesmos apontadores que anotam o jogo do bicho são os responsáveis por recolher apostas esportivas. Os palpites são registrados em máquinas semelhantes às usadas para pagamento em cartão de crédito. O cliente recebe um comprovante com os palpites.
O grupo também atua em outras cidades do Rio, como Campos e Macaé.
Ricardo Borges/Folhapress | ||
Apontador de jogo do bicho no centro do Rio |
INTEGRIDADE
Em 2014, a liberação das apostas esportivas on-line foi incluída no projeto de lei de renegociação das dívidas dos clubes, mas acabou não passando no Congresso.
Na terça (15), a CBF anunciou parceria com uma empresa especializada em combate à manipulação de resultados esportivos. Ela vai monitorar os dados digitais de todos os jogos das Séries A, B, C e D do Brasileiro. A entidade anunciou também a criação de um departamento para cuidar do assunto.
"A discussão não é se pode ou não ter jogo, que já está em cada esquina e todo celular. A questão é se o Brasil vai regulamentar ou não", diz o advogado Pedro Trengrouse, especialista em regulação do jogo pela Universidade de Nevada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima