Por Benê Lima
Antes que se crie um sentimento de repulsa por conta da colocação acima, é importante que expressemos com verdade nossa alegria a cada convocação de uma atleta cearense para compor o selecionado brasileiro de futebol feminino, mesmo que isso se dê apenas em situação de avaliação e treinamento. Quando então essa fase preliminar é superada por nossas representantes, a alegria é redobrada, e certo sentimento de gratificação nos sobrevém, embora de prático pouco tenhamos feito para que a oportunidade se tenha dado. Certamente que o mérito maior cabe aos preparadores das atletas e aos mantenedores de seus clubes. Estes sim, os verdadeiros heróis anônimos que possibilitam que os fatos descritos aconteçam.
Da goleira Dida, ex-Caucaia, passando pela meio-campista Gabi (Gabriela Morais), também ex-integrante das fileiras do mesmo Caucaia, e restringindo a extensão dos exemplos a Katrine Costa, ex Projeto Menina Olímpica, temos assistido e nos alegrado com as convocações das cearenses para os selecionados nacionais. O trabalho para se chegar ao topo passa por processos e pessoas distintas, todas comprometidas e empenhadas na produção dos valores esportivos e de cidadania, com o objetivo de formar os seres integralmente.
Goleira Dida ao lado de seu treinador Thiago Lima |
Entendemos que o grande desafio que se nos apresenta é manter e ampliar a chama que anima a modalidade, buscando desenvolvê-la em nosso contexto, independente de seu desenvolvimento no restante do território nacional. Aqui vale fazer com que o micro possa influenciar o macro, já que a lógica inversa não há funcionado como deveria.
A premissa do aumento da quantidade de praticantes do futebol feminino, para dela perscrutarmos e colhermos a qualidade, para nós acaba mostrando-se como irrecorrível. Portanto, a questão seguinte é: o que fazer para estimular a prática deste esporte? Na realidade, entre os que vivem os dilemas e desafios inerentes à modalidade, as respostas a essas questões já estão mais que clarificadas. Até já se deu certo encaminhamento delas à capital oficial do Brasil, que já reúne um arrazoado que sugere o modus faciendi para fazer o futebol feminino decolar.
Katrine com o treinador Doriva Bueno |
Enquanto não temos em ação um projeto nacional para o desenvolvimento da modalidade, resta-nos prover as necessidades desse crescimento através de ações planejadas e setorizadas, contanto que não permitamos a inércia, muito menos a desistência.
As Didas, Gabis e Katrines podem não alterar substancialmente a realidade do futebol feminino cearense, mas certamente elas farão sobreviver o estímulo a que possamos buscar propagar o seu desenvolvimento. Pensando assim, vamos todos à luta.
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Benê Lima