Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Universidade Corporativa Futebol Clube

Como transformar raros exemplos de profissionais de bom caráter, que passam a vida inteira defendendo uma mesma camisa, em processos institucionalizados do clube?
Eduardo Tega*

“… Mais do que promover grandes atletas a gestores de campo, diretores de futebol ou presidentes, é necessário que o clube desperte para uma nova cultura.”
 

São raros os exemplos de atletas que penduram as chuteiras (ou as luvas) e ingressam imediatamente numa nova carreira, dentro do próprio clube.

Mais raros ainda são os atletas que passam uma vida inteira dentro da mesma instituição, conquistam títulos importantes e transformam-se em referências para várias gerações de torcedores.

O bom caráter, a transparência nas palavras e o amor declarado pelo clube são elementos que potencializam e elevam a imagem destes jogadores a “mártires”, ou até mesmo a “santos”.

Clube e torcedores ficam satisfeitos com a permanência do atleta em seus domínios, seja numa função técnica de campo ou administrativa.

Mas como transformar estes raros exemplos em processos institucionalizados do clube? Como abrir caminhos para a construção de um ambiente corporativo sustentado, que produza não só atletas de alto nível, mas processos de qualidade?

Os processos e métodos de trabalho nos clubes de futebol, em sua enorme maioria, não pertencem a instituição. São de exclusiva propriedade (e know-how) dos profissionais contratados pelo próprio clube.

E como as idas e vindas de comissões técnicas, as vezes quase que inteiras, são frequentes após vencer ou perder campeonatos, no final (ou no início) o clube é novamente como um computador (hardware) vazio a espera de programação (software).

Jack Welch já havia sacado há muito tempo que enviar seus melhores funcionários em busca de pós-graduações e mestrados era um ledo engano. Primeiro: os altos custos de investimento em capacitação de um funcionário que ficava a maioria do tempo ausente da empresa. Segundo: o assédio de outras empresas que, geralmente, resultava em perder seus melhores talentos.

Trouxe então a capacitação para dentro da companhia, treinando e desenvolvendo seus melhores colaboradores na própria cultura da empresa.

Institucionalizou os processos, melhorou o ‘software’ e alargou os caminhos para o desenvolvimento de melhores gestores. Deu a esta ideia o nome de Universidade Corporativa.

Quantos clubes no Brasil têm uma Universidade Corporativa?

E quantos clubes irão trocar de comissão técnica até o fim do próximo campeonato?

*Texto originalmente publicado no Caderno de Campo - http://cadernodecampo.com/

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima