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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, novembro 28, 2016

Nobre acaba gestão com títulos, dinheiro a receber e maior patrocínio do BR

  • José Edgar de Matos
    Do UOL, em São Paulo

  • Cesar Greco/Fotoarena
    Paulo Nobre, presidente do Palmeiras que deixará o posto em 2017
    Paulo Nobre, presidente do Palmeiras que deixará o posto em 2017
Paulo Nobre deixará a presidência do Palmeiras aliviado. Depois de dois turbulentos anos durante o primeiro mandato – com Série B, crises e um quase novo rebaixamento -, o presidente usufrui de uma nova realidade na saída definitiva. Paz política, clube recuperado financeiramente e, agora, campeão brasileiro pela primeira vez desde 1994.
Eleito presidente palmeirense em 2013 – na época, com 44 anos, o mais jovem desde 1932 -, o advogado sai do escritório na Academia de Futebol com uma realidade totalmente diferente. Nos últimos dois anos de mandato, dois títulos importantes: a Copa do Brasil de 2015 e o Campeonato Brasileiro de 2016.
Ainda em campo, o Palmeiras reencontrou a realidade de disputar o topo entre as principais equipes nacionais. Após quase cair para a segunda divisão em 2014 – justamente o ano do centenário do clube e da inauguração do Allianz Parque -, Paulo Nobre mudou a gerência do futebol e transformou o Palmeiras.
A primeira grande ação do presidente ocorreu com a chegada de Alexandre Mattos para a diretoria de futebol. O profissional, calçado por dois títulos de Série A consecutivos como dirigente do Cruzeiro, recebeu a confiança para reconstruir o elenco; mais de 20 jogadores chegaram à Academia de Futebol no ano passado.
Além da renovação do elenco, a segunda gestão de Nobre trouxe ao Palmeiras o maior patrocínio da história do futebol brasileiro. O grupo Crefisa/FAM, do casal palmeirense José Roberto Lamacchia e Leila Pereira, concordou em pagar R$ 66 milhões de patrocínio ao clube até o final do ano; o acordo deve ser renovado e ampliado para 2017.
Estruturalmente, o Palmeiras também se renovou. Além da nova arena inaugurada ainda na primeira gestão de Nobre, casa que rende mais de R$ 2 milhões de receitas de bilheteria por jogo na média, a atual diretoria deixa como legado a reforma na Academia de Futebol.
Um hotel para atletas e comissão técnica, além de novos ambientes (academia, refeitório, sala de fisioterapia, por exemplo), se encontra em fase final de construção. O elenco do Palmeiras deve fazer a pré-temporada no próprio CT, a fim de aproveitar a nova estrutura já no início de 2017.
Para o torcedor, no entanto, o mais interessante se encontra na nova realidade do Palmeiras. O time da primeira gestão, que brigou para não cair até a última rodada de 2014, ficou para trás.
Campeão das duas competições mais importantes do país, o elenco promete ainda mais para 2017. Como último ato, a diretoria de Nobre trouxe Keno (Santa Cruz), Raphael Veiga (Coritiba) e Hyoran (Chapecoense), três atletas interessantes a surgirem como destaque na Série A desta temporada.
Crises de relacionamento e empréstimos
A segunda gestão de Nobre, entretanto, também se encerrará com polêmicas e atitudes criticadas internamente no clube. Paulo Nobre, por exemplo, fez seguidos empréstimos para o clube, os quais ultrapassaram mais de R$ 100 milhões. O presidente, inclusive, pagou do próprio bolso as contratações de Yerry Mina e Róger Guedes neste ano.
Prevista a ser quitada entre 10 e 12 anos – segundo previsão inicial -, a grande quantia emprestada gera duras críticas do Comitê de Orientação Fiscal (COF) do clube e até de conselheiros – que apontavam a instituição como 'refém' do presidente.
Nobre precisou usar o próprio bolso para costurar crises, especialmente com a Crefisa. A patrocinadora dona do maior acordo do país com um clube se incomodou com uma ação de marketing e exigiu aditivos no contrato assinado. Enquanto esta questão não se resolvia, o pagamento da empresa não caía no cofre palmeirense.
Durante os três meses de rusga com o grupo de Lamacchia e Leila Pereira, Nobre emprestou mais R$ 22 milhões. Esta dívida, na análise do COF, será quitada até o final deste ano.
Não só a Crefisa encontrou dificuldades de lidar com o presidente. A WTorre, construtora responsável pelo Allianz Parque, possui uma crise de relacionamento declarada com o dirigente; ambas as partes admitem a falta de entendimento nas questões da arena.
Palmeiras e WTorre, inclusive, brigam em arbitragem por questões de contrato assinado ainda em 2010. O clube venceu recentemente a disputa pela venda de cadeiras na arena, o que, segundo o presidente, 'salvou pelo menos três décadas financeiras'.
Um ato simples exemplifica a relação ruim entre Nobre e WTorre neste fim de gestão. Nos últimos três duelos como mandante no Allianz Parque, seguranças do Palmeiras colaram adesivos nas câmeras de seguranças instaladas pela construtora no camarote da diretoria do clube. 
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Benê Lima