CPI vai convocar Ricardo Teixeira para depor

Parlamentares investigam compra do terreno do CT da entidade

Ricardo Teixeira vai ter de prestar esclarecimentos (Foto de Gilvan de Souza/Lancepress!

Leo Burlá / Rio de Janeiro (RJ)

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, receberá nesta quarta-feira uma convocação para depor na CPI dos Cartórios da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que investiga possíveis fraudes referentes a documentos de terrenos na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. 

A área do futuro centro de treinamento da entidade está na alça de mira da investigação dos parlamentares fluminenses. Além da entidade, um posseiro e uma empreiteira reivindicam a posse do local (leia mais abaixo).

Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF, enviou na última terça-feira ofício informando que não compareceria à sessão desta quarta-feira da CPI, na qual era aguardado para prestar esclarecimentos sobre a aquisição.

No documento, Lopes alegou desconhecer as denúncias que são o objeto da investigação e declarou que o “advogado não deve depor sobre assuntos de que tenha conhecimento em razão da profissão e muito menos prestar informações a quem quer que seja sobre as atividades e negócios de seu cliente”.

Presidente da CPI dos Cartórios, o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) expedirá nesta quarta-feira uma segunda convocação para o diretor. Ramos disse que Lopes será avisado que uma nova ausência poderá gerar uso de força coercitiva. 

- A CPI não está investigando a CBF. A CPI está investigando o Cartório do 9º Ofício, que fez a maioria das transações que podem ser ilegais. Queremos saber se a CBF foi passada para trás, assim como muitos foram. Só queremos esclarecimentos - disse o deputado, em entrevista ao LANCENET!.

O parlamentar julgou a justificativa de Carlos Eugênio Lopes como uma ofensa à CPI, e revelou que a convocação de Ricardo Teixeira foi motivada depois de confirmada a ausência do diretor. A sessão com os dois dirigentes deverá ocorrer na semana que vem.

ENTENDA MELHOR O CASO

A COMPRA

A CBF pagou R$ 26 milhões para o empresário Pasquale Mauro, que pode estar envolvido em fraudes nas transações do Cartório do 9º Ofício.

A REIVINDICAÇÃO

O posseiro Antônio Saraiva de Oliveira também luta pela área. Uma construtora paulista alega ter comprado o terreno de Saraiva.

A CONTINUAÇÃO

Juíza da 1ª Vara Cível da Barra determinou a saída do posseiro. CBF anunciou o início das obras do CT, mas área está sob investigação.

.