Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, setembro 29, 2009

COM PÉ E CABEÇA – ANO IV – Nº159

”Falar é preciso quando silenciar é nocivo.” (Benê Lima)


Opinião
A RETÓRICA QUE REVELA

“Ser exigente não é mera questão de opção: trata-se de externar uma característica dominante, que adquirimos pela formação educacional no meio familiar e corroborada na escola.”


Na década de oitenta, entre tantas boas oportunidades de ampliação de meu lastro cultural, participei, como representante do S. I. News – Jornal dos Empresários, da região de Santa Ifigênia, São Paulo, de um evento realizado no auditório do Gallery, denominado MEGATRENDS-2000. O casal de sociólogos norte-americanos John Nasbitt e Patrícia Aburdene eram os protagonistas do evento, que consistia em ANTECIPAR as MEGATENDÊNCIAS para o início do século XXI.

É importante frisar que a visão antecipada nem era oportunista e menos ainda adivinhatória. Tratava-se, como bem conceituam os lexicógrafos sobre sociologia, do estudo do conhecimento objetivo da realidade social. Entre as previsões fruto das megatendências, encontravam-se:

- A explosão econômica global;
- Renascimento nas artes;
- A emergência de um socialismo de livre-mercado;
- Estilo de vida global convivendo com o nacionalismo cultural;
- A privatização do ‘welfare state’;
- A ascensão da orla do Pacífico;
- A década das mulheres na liderança;
- A era da biologia (biotecnologia);
- Renascimento religioso;
- O triunfo do indivíduo.

Sabemos que nem tudo se concretizou. No entanto, no geral, muito do que foi preconizado acabou se cumprindo. Mas, a grande pergunta que o leitor deve estar fazendo é: o que tudo isso tem a ver com o futebol. E a resposta a essa pergunta é: com o jogo de futebol, nada; mas com a gestão do futebol, tem muito a ver.

Na verdade, se nossos dirigentes fossem alcançados ao menos por parte da revolução que vem ocorrendo no mundo ao longo das duas últimas décadas, nossos clubes já teriam mudado seus perfis para melhor a pelo menos uma década. E o pior é que em não mudando, eles influenciam negativamente o comportamento dos atletas, que continuam fazendo-os refém da mera possibilidade de bons resultados que eles representam.

Bem recentemente, o jogador Luiz Carlos, do Fortaleza, em tom reconhecidamente cínico, expressou, via discurso indireto, que havia (ou ainda há) uma capacidade de produção reprimida do elenco tricolor. E o pior é que as pessoas encaram tal situação com extrema naturalidade, como se fosse normal o boicote ao clube ou a negação da contraprestação do atleta ao clube que lhe paga.

A propósito, nada mais desmoralizante para os dirigentes tricolores nos últimos tempos que a contratação do jogador Luiz Carlos. São meses e meses acima do peso, além de um inesgotável repertório de problemas criados, dificultando a instauração de um clima harmônico e desrespeitando os próprios companheiros.

Se sairmos das entidades de prática desportiva e entrarmos no domínio da entidade-mor de administração do desporto (a nossa FCF), aí teremos uma amostragem das mais irrefutáveis de uma mentalidade atrasada, preconceituosa e anacrônica, o que não impede que se faça uma revolução a partir das mentes das pessoas. E, neste sentido, a bem da justiça, já se faz notar algumas atitudes que sinalizam a presença de certa vontade política.

Se não se pode mudar as pessoas, estimulemos a mudança nas pessoas, de preferência sem os extremos da deusificação e da demonização.

O triunfo do indivíduo preconizado pelo ‘Megatrends-2000’, embora se mostre até aqui inatingível, não deve jamais deixar de nos inspirar e animar, até mesmo como condição redentora da espécie humana.


*****



EFEMÉRIDES


O retardo de sempre


Só foi os dirigentes do Fortaleza terem uma atitude resoluta de enfrentamento dos problemas do clube, e a situação começa a dar pinta de que pode ser alterada para melhor pelas bandas do Pici.

Em encontrando – como se faz crer – um ‘experimentalista’ em Roberto Fernandes, terá sido melhor que os ‘especialistas’ que sucumbiram em meio à crise de gestão leonina. Mas, não nos enganemos, a tarefa de Fernandes é hercúlea. Achar e prescrever a medida do ponto de equilíbrio do time tricolor é tarefa para uma mente futebolística analítica e detalhista.

A mesma diretoria que retirou a liga do relacionamento entre o time e seu torcedor, trata de recolocá-la, percebendo o quão importante é para ambos uma relação simbiôntica.

Bater no Campinense e da forma como o fez, mesmo que a instabilidade da produção continue presente, já representa um feito promissor.

Ao torcedor leonino neste instante, cabe relevar as fraquezas de sua direção, agindo tal qual o mais generoso dos parceiros, demonstrando seu apoio incondicional, sempre de forma a mais cooperativa e solidária. Nada de jogar contra.

Se mesmo com o atraso das medidas da atual direção a equipe conseguir sua permanência na Série B, isso será algo a ser comemorado sim, se olharmos a situação pela ótica da salvação de não ter que encarar uma Série C.


Declínio da criatividade

É inegável que a equipe alvinegra vai bem. O ponto alto é seu poder de marcação, com um bom preenchimento dos espaços. Michel, João Marcos e Heleno dão sustentação ao sistema defensivo. Não são propriamente brucutus e por isso acrescentam um pouco de qualidade na armação ofensiva. No entanto, não dá para esconder certo declínio na criação a partir do meio-campo. Tal acontece pela limitação física do meia Geraldo na fase final dos jogos, e pelas limitações técnicas do trio da pegada (Michel, João Marcos e Heleno).

Mas o que agrava a situação descrita em regra acontece nos jogos em casa, especialmente quando os adversários se fecham e os espaços diminuem. Fora, por mais paradoxal que pareça, é quando o time se dá melhor, em função dos espaços que lhes são propiciados.

Outro fator que nivela e em alguns casos prepondera, é a condição física dos atletas do Ceará. Estatisticamente, é no 2º tempo das partidas que na maioria das vezes o Ceará supera seus oponentes em termos de produção ofensiva e posse de bola.




Benê Lima
benecomentarista@gmail.com
benelima@apcdec.com.br
www.blogdobenelima.blogspot.com
(85) 8898-5106

Um comentário:

  1. Olá! Benê gostaria que você divulgasse meu trabalho na radio que você trabalha pois e uma chance que você me consede. De mostrar o meu trabalho ao seu público
    Es o link do meu blog:http://blogcarlos.blogfacil.net/index.htm
    ai esta tudo que precisa pra a divlgação.
    por favor
    abraços!
    Carlos

    ResponderExcluir

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima