Benê Lima

O ataque das "velhas raposas"

O repórter Danilo Queiroz dá mais um eloqüente atestado de seu profissionalismo, discorrendo com rara neutralidade, em se tratando de crônica esportiva cearense, acerca do que se passa no âmbito do clube que ele tão bem faz a cobertura jornalística.

Vejam o texto extraído de seu blog (Blog do Danilo Queiroz), e que ele sirva de embasamento para uma reflexão por parte dos dirigentes, torcedores e dos próprios cronistas esportivos.

(Obs.: Texto transcrito ‘ipsis litteris’)

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Por Danilo Queiroz

Estou sabendo que houve uma assembléia geral dos sócios proprietários do Ceará na última quinta-feira, 8, e que a eleição da executiva para o biênio 2010/2011 está marcada para o próximo dia 16 de outubro. Por formação e até mesmo por experiência própria sou contrário a esse tipo de expediente que o conselho deliberativo do Clube utilizou de fazer essa antecipação das eleições “as escondidas”.

Claro que vão me dizer que houve uma “convocação” dos sócios por meio de edital, mas não saiu uma só linha na página do Clube sobre o assunto, a imprensa não foi oficialmente informada e sabemos que a intenção foi essa mesma, deixar tudo meio nebuloso. Sou favorável a democracia e não posso concordar com isso, aliás pensei que isso tinha acabado no Ceará.

Quem teriam tentado excluir do processo? O ex-presidente Eugênio Rabelo? Não consigo acreditar. Que força teria o ex-dirigente para intervir em alguma decisão do conselho e dos sócios proprietários? Se essa foi a intenção acredito ter sido precipitada e não atende de nenhuma forma aos princípios de democracia.

Percebam que por minha biografia e formação não sou daqueles que procuram remar contra a maré com a finalidade de criar polêmica e assim ganhar “audiência”, contudo nunca tive medo de falar o que vejo, sinto e defender as posições que acredito. Entendo que a maioria dos torcedores vai apoiar a decisão do conselho por entender que significa a manutenção da atual administração. Se levarmos em consideração de que são torcedores veremos o porque dessa posição, mas eu não estou aqui nesse papel, minha função é de cronista esportivo e é imperativo que minha opinião tenha embasamento em outros fatores que não sejam apenas os resultados do time em campo, como é a base para a opinião da torcida. Até porque antecipada ou não a eleição, com ou sem convocação dos sócios e mudanças no estatuto, não havia a mínima chance da atual gestão não ser mantida a frente da entidade pelo excelente trabalho que vem realizando.

Ao entrar na questão da mudança do estatuto avalio que a decisão de se fazer as eleições em outubro e da desvinculação dos processos eleitorais da executiva e do conselho foram acertadas. Nunca entendi porque apenas no final de um ano é que aconteciam as sucessões do Ceará. A assembléia geral do Clube toma uma atitude histórica corrigindo um erro que perdura os 95 anos desse grandioso Clube. Em relação a eleição ao conselho em anos pares e da executiva em anos ímpares, vejo fortalecimento do Ceará em relação a sua direção. Quando estiver sendo eleito o seu conselho o Clube terá um presidente atuando e sem preocupações com sua sucessão, enquanto nos anos ímpares acontece o inverso da moeda.

Conclusão, sábias decisões em momento extemporâneo. Espero que o teor das posições definidas pela assembléia geral sejam o fator mais levado em consideração. Por outro lado acredito que as pessoas que cometeram esse arranhão desnecessário na história democrática do Clube entendam que Maquiavel estava errado, ao contrário do que muitos pensam, os fins não justificam os meios.