Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, outubro 15, 2009

Um calendário para a Copa do Nordeste
Clubes do PI e MA não disputam o torneio por não se enquadrarem entre os maiores da região, em função das grandes distâncias geográficas e pela inconveniência de se incluir mais de 16 participantes
Luis Filipe Chateaubriand

No artigo imediatamente anterior ao atual, o signatário deste texto defendia a volta da Copa Sul-Minas. Seguindo a mesma linha de raciocínio, também faço a defesa da volta da Copa do Nordeste.

Destarte, o presente documento é destinado a mostrar porque o retorno da Copa do Nordeste é importante, bem como a esmiuçar como deve ser a sua forma de disputa.

A Copa do Nordeste, a exemplo da Copa Sul-Minas, foi criada no início deste século, reunindo as principais agremiações de futebol do Nordeste brasileiro. Capitaneada pela organização da empresa de marketing esportivo Top Sports, tornou-se um dos maiores êxitos comerciais da história do futebol nacional.

Entretanto, e como aconteceu com a Copa Sul-Minas e demais competições interestaduais criadas, foi extinta. As federações estaduais, agastadas com a perda de importância dos campeonatos estaduais, pressionaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) neste sentido. Assim, é que se viu uma competição disputada pelas maiores forças do Nordeste – notadamente Sport, Santa Cruz, Náutico, Vitória, Bahia, Fortaleza, Ceará, América RN e ABC – deixar de existir.

Uma lástima para todos que pretendem ver no futebol uma oportunidade de geração de prosperidade econômica, emprego e renda.

Nesse sentido, propõe-se a volta da competição. Pode ser jogada por uma liga fixa de 16 clubes, a saber:

• Três de Pernambuco: Sport, Santa Cruz e Náutico.

• Três da Bahia: Vitória, Bahia, Fluminense de Feira de Santana.

• Dois de Sergipe: Confiança e Sergipe.

• Dois de Alagoas: CRB e CSA.

• Dois da Paraíba: Botafogo e Treze.

• Dois do Rio Grande do Norte: ABC e América.

• Dois do Ceará: Ceará e Fortaleza.

Como pode ser a forma de disputa dessa competição?

Os 16 clubes jogam entrei si em turno único, em uma competição de pontos corridos, classificando-se os oito primeiros para a fase seguinte (15 rodadas).

Os oito clubes classificados são divididos em quatro grupos de dois, assim: a) primeiro da fase anterior x oitavo da fase anterior; b) quarto da fase anterior x quinto da fase anterior; c) segundo da fase anterior x sétimo da fase anterior; d) terceiro da fase anterior x sexto da fase anterior. São dois jogos em que o melhor clube entre os dois que se confrontam se classifica (duas rodadas).

Os quatro clubes classificados são divididos em dois grupos de dois, assim: e) vencedor de a x vencedor de b; f) vencedor de c x vencedor de d. São dois jogos em que o melhor clube entre os dois que se confrontam se classifica (duas rodadas).

Enfim, os dois clubes classificados disputam o título em dois jogos (duas rodadas).

São, portanto, necessárias 21 rodadas para se realizar o certame. Ele pode ser disputado em 21 meios de semanas dos 42 disponíveis, entre agosto e dezembro – ou seja, nas mesmas datas propostas para a Copa Sul-Minas, conforme mostrado no artigo imediatamente anterior a este.

Cabe ressaltar três adendos:

• Nas 15 rodadas da fase classificatória, oito clubes farão oito jogos com o mando de campo e sete sem o mando de campo, e outros oito farão sete jogos com o mando de campo e oito jogos sem o mando de campo. Na temporada seguinte, repete-se a tabela, mas com os mandos de campo invertidos. Assim, evita-se beneficiar alguns clubes, em detrimento de outros.

• Os clubes que disputarem a Copa do Nordeste não disputam Estaduais. Parece ser benéfico para grandes clubes do Nordeste optarem por essa competição, muito mais atraente que os campeonatos baiano, sergipano, alagoano, pernambucano, paraibano, potiguar e cearense.

• Clubes do Piauí e do Maranhão não disputam a Copa do Nordeste por não se enquadrarem entre os maiores da região, em função das grandes distâncias geográficas e pela inconveniência de se incluir mais de 16 clubes no certame.

Como a Copa Sul-Minas, trazer de volta a Copa do Nordeste é algo imperativo, pois pode colaborar para que os grandes clubes do Nordeste brasileiro alavancanquem maiores receitas de bilheteria, patrocínio e televisionamento do que conseguem nos estaduais, gerando prosperidade.

*Luis Filipe Chateaubriand é autor do livro 'Futebol brasileiro: um projeto de calendário', pela editora Publit (www.publit.com.br).

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Benê Lima