Quitar as dívidas trabalhistas a fim de obter um crescimento: esse é planejamento estratégico do Ceará Sporting Club para os próximos meses. Às vésperas do seu retorno à primeira divisão do Campeonato Brasileiro após 16 anos, o clube nordestino garante estar prestes a findar um dos grandes entraves que têm consumido boa parte das rendas de jogos oficiais.
Trabalho realizado pelo diretor de assuntos jurídicos, Jocélio Alves, e pelo presidente, Evandro Leitão, todos os processos foram levantados e, em sua maioria, efetuados acordos.
“Enquanto alguns achavam que eu estava me esquivando de minhas responsabilidades, eu e Jocélio gastávamos até 4 horas em uma única causa”, afirmou Leitão, citando as dificuldades nos casos.
A destaque de prioridade teve de ficar claro assim que houve uma determinação da Justiça do Trabalho de subtrair 30%, não somente das rendas, mas de toda a receita alvinegra. Até então, o Ceará tinha subtraído 25% de suas rendas, o que tirou, somente dos jogos da Série B de 2009, cerca de 1 milhão dos cofres alvinegros.
Ao site oficial do clube, Jocélio Alves explicou que, como os juros da justiça trabalhista são altos, esse montante somente amortizava esses débitos. Com a possibilidade de ter 30% de toda sua receita destinada ao pagamento da dívida trabalhista, o que inviabilizaria a agremiação, com um processo iminente de falência, os acordos começaram a ser realizados.
Até a determinação judicial dos 30 %, ocorrida no final do ano passado, eram descontados do caixa do Ceará percentuais referentes apenas às suas rendas de jogos e do patrocínio da Nacional Gás.
Os processos eram divididos em três tipos de descontos: 10% (em um total de 15 processos), 15% (em um total de 44 processos), e em um processo extra de um ex-funcionário em que se pagavam três a cinco salários mínimos.
De acordo com a avaliação do departamento jurídico nordestino, a determinação dos 30% estava relacionada aos processos incluídos nos 15% e geraria uma retenção de aproximadamente 3 milhões de reais somente nesta temporada – algo com que o clube não pensava em arcar.
Dentro das quatro linhas, a equipe comanda por Paulo César Gusmão reencontrou seus melhores momentos. Neste domingo, encara o Guarany de Sobral na final do segundo turno do Estadual. O Ceará fechou a primeira fase com uma campanha irretocável, não foi derrotado e sofreu apenas quatro gols. O troféu e a possibilidade de disputar o título com o Fortaleza, vencedor do primeiro turno, animariam ainda mais torcida e diretoria.
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Benê Lima