Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, novembro 04, 2011

Relatório médico da Copa do Mundo de 2010

Pela primeira vez na história da competição todas as lesões e doenças de todas as equipes participantes desde a chegada à África do Sul foram registradas
Renê Drezner

A saúde dos jogadores é um assunto que é levado muito a sério pela Fifa. Dentro da entidade existe um departamento responsável por diagnosticar as principais lesões e doenças que ocorrem com a prática do futebol e elaborar programas para preveni-las. 

Ao longo dos anos a comissão médica da Fifa criou bateria de testes preventivos (cardíacos e ortopédicos) e programas de treinamento preventivo (como o FIFA 11+, conjunto de exercícios para serem usados no aquecimento – maiores informações clique aqui). 

Também existe um esforço muito grande de monitoramento de todas as ocorrências médicas que acontecem durante as competições realizadas pela Fifa, como a Copa do Mundo.

Neste post será realizado um resumo do relatório médico da Copa do Mundo da África do Sul de 2010; este relatório foi elaborado pelo professor Jiri Dvorak e pelas doutoras Astrid Junge e Katharina Grimm. O documento completo está dentro do relatório técnico-tático da Copa do Mundo de 2010 – para acessá-lo clique aqui.

Avaliações médicas antes da Copa do Mundo:

Todas as equipes realizaram exames preventivos nos jogadores seguindo o protocolo recomendado pela comissão médica da FIFA (F-MARC), tendo como maior objetivo evitar a morte súbita no futebol.

Estudo sobre a ocorrência das lesões:

Pela primeira vez em uma Copa do Mundo foram registradas todas as lesões e doenças de todas as equipes participantes desde a chegada à África do Sul. Os médicos das equipes enviavam as informações diariamente para a comissão médica da Fifa.

Durante os jogos foram registrados os menores índices de lesão por partida dentro de uma Copa do Mundo (média de 1,9 por jogo, contra 2,3 em 2006, 2,7 em 2002 e 2,4 em 1998 – primeiro ano deste tipo de análise). A maioria destas lesões foi considerada com intensidades leve e moderada, sendo que 31% das lesões não precisaram de período de recuperação, 46% precisaram de 1 a 3 dias de recuperação. As lesões mais graves que necessitavam de um período de mais de quatro semanas de recuperação foram drasticamente reduzidas, demonstrando que caiu a gravidade das lesões juntamente com o número total de ocorrências; ver tabela abaixo:



 

Com relação à causa das lesões, foi reduzido o número de lesões por jogo brusco em comparação com as últimas Copas do Mundo, mas em compensação aumentaram o número de lesões sem contato físico; ver tabela abaixo:



 

Observação: Estes dados da tabela foram coletados do relatório da Fifa. As somas das porcentagens não chegam a 100% (não sei se foi erro da Fifa, ou tem outras causas de lesão classificadas).

Controle de dopagem fora da competição:

Todas as equipes participantes deveriam informar seu paradeiro ao menos dois meses antes do início da competição. Foram realizados testes surpresa com oito jogadores de cada equipe (escolhidos por sorteio) durante esse período, totalizando 256 testes. Todas as amostras coletadas deram negativo para substâncias proibidas.

Controle de dopagem durante a competição:

De acordo com a norma da Fifa, durante os jogos foram realizados testes aleatórios com dois jogadores por equipe. Nestes testes foram coletadas amostras de urina e às vezes também de sangue. Todos os resultados também deram negativo. 

Desde 1994 foram realizados 7.460 testes no controle de dopagem nas Copas do Mundo e somente quatro destes testes deram positivo (um acusou efedrina, um por maconha e dois por nandrolona), um percentual menor que 0,05%.

Atividades complementares:

Junto com as atividades normais foram realizadas atividades complementares, como a edição de uma nova publicação sobre os procedimentos mais adequados utilizados nos socorros de urgência. E a implementação para os africanos dos programas FIFA 11+ (série de exercícios de aquecimento para prevenir lesões) e 11 para a saúde (programa que pretende ensinar às crianças como prevenir o contágio das doenças mais graves, como a AIDS).

Conclusão:

Analisando este relatório é possível observar o avanço que está ocorrendo na preparação dos atletas. Este resultado é fruto da grande quantidade de estudos que foram realizados no campo da medicina esportiva. 

Espero que nos próximos anos continue surgindo novas pesquisas que ajudem a aprimorar o diagnóstico das lesões e os métodos de treinamento para que, cada vez mais, diminua a incidência e gravidade das lesões e doenças no futebol.

Grupo de Estudos:
GEPEFFS  
Dimensões: Alto Rendimento

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Benê Lima