Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, setembro 06, 2011

Uruguai 1930. A cobertura da imprensa brasileira na primeira Copa do Mundo

Curiosidades e casos inacreditáveis ajudam a entender como o futebol ainda engatinhava, mas já era uma paixão nacional
Filipe Fernandes Ribeiro Mostaro

Introdução

Show de imagens, os maiores astros do futebol mundial, ingressos caros, estádios ultramodernos que custam bilhões de dólares e uma audiência fantástica em todo o mundo. Assim é a Copa do Mundo, que o Brasil sediará pela segunda vez em 2014. O evento se tornou, ao longo do tempo, mais disputado, organizado e divulgado.

Mas a sua primeira edição em 1930, não foi tão glamorosa assim. Poucos países se inscreveram, pouca gente assistiu, e apenas um estádio foi construído para a competição. Mas a forma com que ele foi disputado e a rivalidade presente em campo concretizava o que o presidente da FIFA na época já acreditava: o futebol se tornaria um esporte popular no mundo.

No Brasil ele já era popular e a cobertura da imprensa nacional mostra isso. Apesar das acusações constantes entre os jornais paulistas e cariocas, a Copa do Uruguai mostrou como a imprensa do “país do futebol” se comportaria no evento mais importante desse esporte e o quanto ele se enraizava na cultura nacional.


A Copa de Mundo de 1930

O futebol como conhecemos hoje teve início na Inglaterra, que, por influência de seu imperialismo no final do século XIX, expandiu essa forma do jogo pelo mundo. Os ingleses criaram as regras e fundaram o association football. Dessa nomenclatura vem o soccer. As(soc)iation e o prefixo “er” inglês. O esporte foi usado pelos britânicos para disciplinar e promover a ordem social nos operários e na sociedade, dominado pela elite cheia de interesses materiais.

“Os jogos foram introduzidos como estrutura de caráter, ensinando as virtudes de lideranças, lealdade e disciplina, sintetizando a nobre filosofia de mens sana in corpore sano. Os novos “cavalheiros cristãos” deveriam manter a ordem política e econômica no lar e, mais tarde, dar sustentação à expansão do império no exterior” (HARGRAVES apud. GIULIANOTTI, 2010, p.18)

O futebol ganhou força pelo mundo e a Inglaterra não conseguiu manter o controle administrativo e político do esporte. A maior prova disto foram sete nações que se reuniram e se organizaram na Fédération Internationale de Football Association, o nome significativamente francófono tentava quebrar o domínio britânico. Foram Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Espanha, Suécia e Suíça os primeiros integrantes da federação que comandaria o esporte mais popular do mundo. 

A FIFA foi fundada em 1904 e ainda viveu à sombra dos dirigentes ingleses que tinham um número de cadeiras maior no seu conselho e mantinham a entidade sob seu controle. Em 1906 o tesoureiro da FA inglesa, B. Wollfall, foi indicado para presidente da FIFA, e a relação com os outros países foi de cordialidade até 1911. Depois de alguns desentendimentos sobre novos participantes da entidade, como a Alemanha (já demonstrando o clima de guerra da Europa), e a briga sobre amadorismo, a Inglaterra rompeu com a FIFA.

Como o futebol reflete a história do mundo, o predomínio do imperialismo britânico perdeu força no início dos anos 20, e, consequentemente perdeu força também no futebol. O presidente da FIFA, na ocasião Monsieur Jules Rimet, francês, queria organizar um Campeonato Mundial de seleções sem ter a influência do Comitê Olímpico Internacional (COI). O COI queria o futebol como um evento apenas para amadores e divergia da FIFA, que queria a profissionalização.

Nos Jogos de 1900 e 1904, escolas de futebol disputaram o torneio representando países, assim Upton Park FC (Grã-Bretanhã) foi o primeiro campeão olímpico, vencendo o Club Française na final e o time canadense Galt City FC venceu em 1904. Em 1908 e em 1912 a Grã –Bretanha venceu a Dinamarca nas duas finais. Em 1920, já sob organização da FIFA mas dependente do COI, a Bélgica foi campeã. Em 1924 e 1928, o Uruguai ganhou o título de celeste olímpica devido a seu uniforme azul cor do céu, e as duas medalhas de ouro. Mas, como os próximos jogos olímpicos seriam em Los Angeles, o COI resolver retirar o futebol da disputa já que no país sede, EUA, o futebol americano, derivado do rugby, tinha mais fama e popularidade do que o soccer. Isso demonstra bem a política americana de criar coisas próprias e não absorver os esportes de outros países. Já que, com a certeza, depois de 1928 o futebol seria excluído das Olimpíadas, foi realizada uma assembléia em Amsterdã no dia da abertura dos jogos de futebol. 

Uma reunião do comitê da FIFA decidiu criar a Copa do Mundo. O evento, paralelo ao olímpico, também seria realizado de quatro em quatro anos. Os países Espanha, Suécia, Itália e Holanda e Uruguai se inscreveram para ter a honra de sediar a primeira copa da história.

Para ler o material na íntegra, clique 
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