Por José da Cruz
O orçamento de 2011 para o Ministério do Esporte reserva R$ 10 milhões para o “funcionamento de núcleos de categorias de base do esporte de alto rendimento”.
Porém, o Ministério terá quatro vezes mais (R$ 44 milhões) para aplicar em “publicidade de utilidade pública”.
Ou seja, a verba para uma das atividades fins do Ministério do Esporte – incentivar a formação de atletas – é suplantada pela publicidade do órgão, para divulgar mais a vaidade de seus gestores.
Detalhes
O orçamento do Ministério do Esporte para 2011 será de R$ 2,4 bilhões. O valor é o dobro da proposta original apresentada pelo próprio ministério ao Congresso Nacional.
O acréscimo ocorreu mais pela ganância dos parlamentares. Eles apresentaram R$ 1,058 milhão de emendas. São verbas para serem aplicadas em pequenas obras em seus redutos eleitorais: quadras, campos de futebol etc.
Alto rendimento
O programa “Brasil no Esporte de Alto Rendimento”, que tinha proposta de R$ 843,4 milhões, foi acrescido de R$ 101 milhões. Porém, na reta final, perdeu R$ 66 milhões e ficou em R$ 878.177.443,00.
Houve outros cortes e acréscimos de recursos em várias ações do Ministério do Esporte.
Por exemplo, a “Implantação de Infraestrutura para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016” perdeu R$ 63,2 milhões e ficou com R$ 307,1 milhões.
Já para a “Preparação e Organização dos Jogos 2016” foram mantidos os R$ 82 milhões propostos pelo Ministério do Esporte.
Futebol
O futebol profissional está fortalecido no Orçamento Geral da União.
Bem disse o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sobre a importância de manter o ministro Orlando Silva no comando do Esporte, pois ele “representaria os interesses do futebol no Congresso Nacional”.
Em outras palavras: a Bancada da Bola tornou-se oficial, com representante do Executivo.
O apoio às ações para a Copa 2014, que tinha verba proposta de R$ 80 milhões, recebeu um acréscimo de cerca de 40% e contará R$ 111,8 milhões.
Segurança
Já a proposta do Ministério do Esporte para implantar sistema de “controle de acesso e monitoramento nos estádios de futebol” foi outra ação do Ministério do Esporte que teve verba cortada, mas nada de expressivo: dos R$ 52 milhões previstos, a Comissão de Orçamento aprovou R$ 48,3 milhões
Como se tratam de números e assunto burocrático, voltarei ao assunto “orçamento” em novas mensagens.
Lembro, porém, que os jornais deste domingo já anunciam que a presidenta Dilma deverá promover o famoso “contingenciamento” no orçamento. Ou seja: limitar por tempo determinado o uso dos recursos, suspendendo, assim, várias ações dos ministérios.
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Benê Lima