Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, junho 02, 2011

Austrália mira sucesso na base com formação precoce de atletas e modelo holandês de treinamento esportivo

Instituto Australiano do Esporte reduziu idade para admissão de novos talentos; sub-17 está a cargo de Jan Versleijen, ex-treinador de clubes e das seleções sub-17 e sub-23 da Holanda

Equipe Universidade do Futebol

Em 2005, no Peru, a Austrália foi eliminada logo na primeira fase do Mundial sub-17. De lá para cá, o processo de formação de atletas no país passou por mudanças, com a aquisição de profissionais ligados à gestão de campo e o estabelecimento consolidado do Instituto Australiano do Esporte (AIS, na sigla em inglês). Seis anos depois, na competição que será realizaza no México, a expectativa de sucesso percorre a mente de Jan Versleijen, um dos responsáveis pela metodologia de treinamento dessa categoria.

Ex-treinador de clubes e das seleções sub-17 e sub-23 da Holanda e com passagens por equipes do Japão, dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita, Versleijen está em sua terceira temporada à frente da base australiana. Antes do atual grupo, ele dirigiu o selecionado sub-20 do país oceânico no Mundial de 2009, realizado no Egito. Lá, o jogo de toques e de controle da posse de bola, em uma plataforma 1-4-3-3, típica da escola holandesa, reproduziu-se muito bem nos “Socceroos” menores.

Do atual elenco, que enfrenatará Costa do Marfim, Dinamarca e o Brasil no Grupo F do torneio internacional, boa parte foi moldada no AIS, cuja sede é em Canberra e já reproduziu valores como Mark Viduka, Brett Emerton, Lucas Neil, Mark Bresciano, Josh Kennedy e Vince Grella. Com o trabalho orientado de Versleijen, entretanto, o programa de formação modificou um pouco o modo de captar talentos. O que parece ter dado resultado positivo imediato.

“Desde que passou a fazer parte da Confederação Asiática, a Austrália não conseguia se classificar para uma Copa do Mundo Sub-17. Com a redução da idade de admissão ao AIS, os jogadores passaram a ter mais oportunidades de se prepararem para as eliminatórias, como aconteceu no ano passado no Uzbequistão (onde foi disputado o torneio classificatório do continente), e também para a própria Copa do Mundo. O fato de termos conquistado a vaga pela primeira vez em seis anos prova que o novo sistema está funcionando”, argumentou o holandês em entrevista ao site oficial da Fifa.

Na avaliação dele, aos 14 ou 15 anos, os jogadores estão em uma etapa fundamental da sua formação e, crê ele, na faixa etária mais importante para que os mesmos comecem a ser potencializados.

Somente nos últimos dois anos, por exemplo, 20 atletas formados no AIS assinaram contratos com equipes do Campeonato Australiano. Além disso, somente em 2010, sete jovens de 17 anos estrearam como profissionais na competição nacional.

"Como Ensinar Futebol": conheça o novo curso on-line da Universidade do Futebol

O atual elenco sub-17 conta com uma base de aproximadamente 20 jogadores formados no centro de desenvolvimento em questão. Além deles, mais 15 atletas, quase, provêm ou do exterior ou de outros pontos da Austrália.

“Em uma situação normal, os jogadores vêm de todas as partes do planeta e é preciso montar uma seleção do zero. Neste caso, temos uma boa base com os garotos do AIS, que já vêm treinando e jogando juntos há muito tempo. Por isso, só precisamos fazer os outros talentos se encaixarem neste grupo. O desafio é transmitirmos a mesma visão do jogo com que estamos trabalhando com os jovens do centro”, avaliou Versleijen. “Para mim, como técnico, é uma questão de aumentar a qualidade disponível em algumas posições”.

O treinador elogiou bastante o comprometimento, o espírito lutador e a vontade de vencer dos seus atletas – ele considera estas excelentes características para qualquer equipe. Versleijen entende, porém, que precisou reforçar um pouco mais a parte técnica e muito mais o aspecto tático.

“Estamos trabalhando duro para melhorar a saída de bola, o jogo coletivo e para tentar manter a posse de bola. Ou seja, já não queremos só nos defender bem, mas tentar tomar a iniciativa. Acho que isso é o que mudou nos últimos três anos”, elencou.

A pitada holandesa no ambiente australiano ficou mais evidente a partir de 2005, mesmo, quando o experiente Guus Hiddink, ao lado do assistente Johan Neeskens, comandou a quebra do jejum de 32 anos da Austrália em participação em uma Copa do Mundo principal. Quatro anos depois, Pim Verbeek, ajudado por Henk Duut, repetiu o feito na África do Sul. Além deles, Han Berger, atual coordenador de seleções australianas, substituiu o compatriota Rob Baan.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima