Jornal Artilheiro – Ano I - Nº2 / Matéria sobre o FEC

Crise de governança ronda o Pici

Dívidas trabalhistas, falta de recursos e maus resultados dão o tom

O Fortaleza Esporte Clube ainda não conseguiu livrar-se do espectro negativo da administração anterior nem estabelecer, por meio da atual direção, um novo e mais consistente parâmetro de mudança que leve aos torcedores tricolores um clima mínimo de confiança. Em razão disto, o sentimento de muitos dos torcedores do clube é o de desconfiança, e essa situação tem gerado o agravamento dos problemas com os quais se depara a atual diretoria executiva e o conselho deliberativo.

 Ocupação do vácuo

Visando a ocupação dos espaços na comunicação do clube com seu público interno e com o externo, o vice-presidente da executiva tricolor, deputado Osmar Baquit, chamou para si a iniciativa de estabelecer uma ligação mais próxima com seus públicos, sobretudo com o torcedor leonino. E acabou dando certo, pois é exatamente Baquit que detém o maior nível de empatia com os leoninos. Contudo, há um preço a ser pago pelo ‘estilo Baquit’, que por sua maneira autêntica de se expressar acabou provocando um ligeiro mal-estar com eco em alguns membros da diretoria.

Ao se referir à comissão técnica e a alguns dos jogadores, Osmar Baquit evidenciou parte de seu descontentamento diante de algumas situações que vêm ocorrendo, algo que nenhum outro dirigente teve coragem de fazer. Na verdade, o vice tricolor admite estar justificando seu pedido de licença, embasado na pouca receptividade às suas idéias de maior força. No entanto, ao recepcionar a carta de Baquit, o presidente do conselho deliberativo tricolor, Mozart Martins, tratou de demovê-lo da idéia, solicitando permissão para rasgar o documento. Desse modo, a composição da executiva permanece inalterada, disto resultando a premissa de uma maior união entre os dirigentes a partir de agora.

Corrida para o penta

No início desta temporada, a conquista do pentacampeonato pelo clube era vista como algo muito mais real. Com a perda do 1º turno para a equipe do Ceará, o próprio Osmar Baquit deixou transparecer uma dose de ceticismo quanto a essa conquista. No entanto, o discurso ao qual se quer dar um toque consensual é o de que “nada está perdido”. De fato, embora em desvantagem, a corrida do tricolor pelo penta continua e a principal ação para restaurar a confiança do torcedor são as contratações. “Um mínimo de quatro e um máximo de seis contratações” era o que afirmava o dirigente Osmar Baquit.

Quanto à permanência do técnico Flávio Araújo, já não existe consenso entre os dirigentes. Baquit lidera o grupo que pensa em mudança. Mas se sabe que o jogo contra o maior rival, Ceará, deverá importar na permanência ou não do treinador.

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