Texto] Jornal Artilheiro Ano I - Nº2 / Editorial

Editorial

Lançado sem alarde e sem festa, o Jornal Artilheiro deu o pontapé inicial de uma partida que será travada fora das quatro linhas para mantê-lo e situá-lo na orla de um campo imaginário – o campo das idéias -, mas que sem dúvida exerce influência capital para nortear o que é feito dentro do quadrilátero onde o jogo propriamente dito se desenrola.

Desconstruir o preconceito e as idéias preconcebidas ao derredor do futebol é uma das missões do Artilheiro, e para isso não abrimos mão de abordarmos o futebol como ele é. Considerarmos seu aspecto multidisciplinar e até mesmo sua complexidade admitida por poucos - mas que é real - é tarefa que se impõe a qualquer veículo de comunicação que se pretenda sério e reflexivo. Por estas razões não cairemos no canto de sereia de fazermos algo que, a pretexto de dizer-se popular, cederá às facilidades típicas da escassez de qualidade. Isto não, pois se assim o fizéssemos não estaríamos dando efetiva contribuição para mudar o quadro da falta de profissionalismo que permeia o ambiente do futebol, face à falta de uma melhor formação da maioria de seus atores, sejam protagonistas, coadjuvantes ou meros figurantes.

Alguns de nossos leitores talvez até hão de se perguntar: mas por que tamanha preocupação? Não será esta uma visão elitista? Responderíamos que nossa preocupação deve ter o tamanho do nosso entendimento sobre a disciplina futebol, e que ela não constitui elitismo porque não vislumbramos nenhuma excludência de acessibilidade a quem quer que queira buscar essa renovada visão sobre um tema que, embora popular, não deve ser pensado sem a devida profundidade.

Portanto, com este compromisso firmado e agora renovado, queremos sedimentar as bases de um gradual processo de mudan- ças, que visam não só a abrir caminho para uma nova compreensão do futebol, mas, sobretudo, a passarmos a trilhar na companhia dos nossos leitores esse novo caminho. E essa caminhada pressupõe a troca de idéias, implica sermos questionados e representa nossa cota-parte em cooperação para a instauração das necessárias e benfazejas mudanças que a abordagem do futebol requer.

Vamos em frente, pois!

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