Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, janeiro 12, 2013

Comando da CBF salva os ameaçados campeonatos locais

MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

Patinho feio no calendário do futebol brasileiro, os campeonatos estaduais ganharam musculatura com a chegada, em 2012, da dupla José Maria Marin e Marco Polo Del Nero ao comando da CBF.

Se o desejo do antecessor de Marin, Ricardo Teixeira, era diminuir o espaço dos Estaduais --para valorizar os regionais, a Copa do Brasil e o Brasileiro--, o novo comando descarta esvaziá-los.

Jorge Adorno/Reuters
Del Nero (de costas) e Marin conversam em evento
Del Nero (de costas) e Marin conversam em evento

Com exceção de Roraima e Amapá, que ainda discutem o formato da competição, os outros 25 campeonatos têm início entre janeiro e março. Alguns, como o Cearense e o Paraibano, já começaram no fim de semana passado.

"Não há projeto de mudança de calendário. Num país com dimensões continentais, temos de pensar com a nossa realidade e valorizar as rivalidades regionais", disse Marin, em São Paulo, no meio desta semana, durante evento em que apresentou o patrocínio conjunto de uma empresa, a montadora Chevrolet, para 20 dos 27 Estaduais.

Articulado por Del Nero, presidente da federação paulista e potencial candidato a suceder Marin, o patrocínio auxilia federações de pequeno porte, como as de Norte, Centro-Oeste e parte do Nordeste, que receberão de uma vez valores que podem chegar à metade de suas receitas brutas em um ano.

"É um valor que ajuda. É um bom início para que os campeonatos sejam mais rentáveis", disse o presidente da federação de Santa Catarina, Delfim Pádua Filho.

RIVALIDADE LOCAL

Ricardo Teixeira queria que a CBF cuidasse apenas da seleção brasileira e que os campeonatos realizados no Brasil fossem gerenciados pelos clubes participantes. Entre as propostas estava a mudança que tornaria o calendário brasileiro semelhante ao europeu, com início de temporada no meio do ano.

Isso poderia acabar com os Estaduais e, consequentemente, falir a maioria das federações que têm nas competições locais sua principal fonte de receita no ano.

Os regionais seriam ressuscitados, mas excluiriam times de menor expressão. A Copa Nordeste, por exemplo, é rentável, pois tem rivalidade entre os Estados e boa cota de TV. Já a realidade no Norte e no Centro-Oeste favorece apenas as rivalidades locais.

Mesmo em São Paulo e no Rio, Del Nero questiona o antagonismo entre Estados. "Você acha que o torcedor de São Paulo prefere ver um São Paulo x Corinthians ou um São Paulo x Flamengo? Temos que valorizar o Estadual, que aqui paga bem."

Ele rebate críticas de que o Campeonato Paulista, o mais rico do Brasil, é inchado com 20 participantes: "Temos mais filiados do que qualquer outra federação. Essas equipes precisam jogar".

CRIATIVIDADE

A Copa do Nordeste fará com que vários Estaduais da região comecem desfalcados, e com regulamentos criativos. (Grifo deste blog)

Em Pernambuco, Sport, Náutico e Santa Cruz apenas jogam na segunda fase. Na primeira, nove times duelam por vaga na Copa do Brasil-2014.

No Ceará, nove equipes atuam na primeira fase. O melhor leva dois pontos, o vice, um. E os seis primeiros se classificam à segunda, com Ceará e Fortaleza, zerados. (Grifo nosso)

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário.
Em breve ele será moderado.
Benê Lima