Os pontos corridos estão cada vez mais óbvios na mente da imprensa; mas e a adequação do calendário?
A fórmula do sucesso é, de fato, uma fórmula sem segredo. Ou, pelo menos, é o que mostra ser nesta primeira volta quase completa do Campeonato Brasileiro. Algumas palavras-chaves deveriam estar anotadas no caderno de cada dirigente.
Planejamento, pouca alternância de comando, elencos mais completos.
Essas três premissas já deveriam, com os pontos corridos entrando em sua sexta edição, fazer parte da cartilha de todo cartola. E da imprensa também!
Passada a primeira metade do campeonato, o espaço para surpresas é quase mínimo. Talvez Barueri e Avaí sejam as exceções do momento. O primeiro, pela campanha acima do esperado no ano de debute na elite do futebol. O segundo, pela melhora de desempenho sem grandes mudanças de elenco e de treinador. O que, talvez, explique essa arrancada.
O restante do campeonato não muda. Vai bem quem tem jogador de reposição, treinador com prestígio e calma para trabalhar no banco e, sobretudo, paciência dos dirigentes.
Palmeiras, Inter e São Paulo têm todas as condições para disputar o título, sendo que colorados e tricolores levam vantagem pelo fato de terem equipes com praticamente 15 a 16 jogadores, sem sofrer grandes oscilações quando sai um atleta considerado titular.
Esse talvez seja o grande ponto de interrogação sobre o futuro do Palmeiras no campeonato. Um time bem montado, eficiente na marcação, ainda tentando se encontrar no ataque, mas que, quando perde um jogador titular, fica sem o mesmo rumo.
A fórmula está pronta e já consagrou, nos últimos três anos, o São Paulo. Pontos corridos geralmente premiam quem é mais eficiente e, principalmente, quem tem mais fôlego para aguentar oito meses de campeonato com muitos jogos nos meios e finais de semana.
Até a imprensa percebeu isso...
Resta, agora, entender que a pergunta não é quando o calendário do futebol será unificado.
Antes disso temos tantos estaduais para serem resolvidos! Do contrário, a fórmula continuará a prejudicar o conteúdo.
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Benê Lima