Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, agosto 24, 2009

COM PÉ E CABEÇA – ANO IV – Nº157

“O gestor é parte integrante deste mundo (do futebol), o dirigente é apenas transeunte e/ou modal.” (Benê Lima)


OPINIÃO
O DIRIGENTE DO ANO

Para ser o dirigente do ano, pode-se ser o melhor entre os melhores, mas também se pode apresentar como o menos pior entre os piores gestores


O primeiro ponto que requer esclarecimento é o que trata da diferença entre DIRIGENTE e GESTOR.

Dirigente de clube é todo aquele que, por dispositivo estatutário, direta o indiretamente, é constituído como representante de um clube, mas que, por assim estar temporariamente investido, não incorpora, por osmose ou o que seja, nem o talento, nem a competência para ser gestor.

Já o gestor, para sê-lo com algum destaque, há que contar com um largo cabedal em seu conteúdo cultural, tratada aqui a cultura em seu mais abrangente conceito.

A propósito, o futebol cearense precisa fundamentalmente da contribuição de gestores, podendo perfeitamente abdicar da influência de dirigentes.

O gestor é aquele especialista no que faz; dirigente é o aprendiz metido a besta. O gestor lida com a experiência do futebol, transformando-a em conhecimento; o dirigente acha-se auto-suficiente para transformar e desconstruir o mundo do futebol.

Enquanto o gestor é parte integrante deste mundo (do futebol), o dirigente é apenas transeunte e/ou modal. Por isso, o que mais se vê é o fracasso das administrações em que estão à frente apenas dirigentes, dissociados das companhias dos gestores.

Dentro destes parâmetros e diferenciais, emerge, outra vez, a figura de um misto de dirigente e gestor, que atende pelo nome de Zacarias Silva. Ainda não disponho de dados suficientes para caracterizá-lo mais como dirigente ou mais como gestor. Contudo, reconhecê-lo como um bom exemplar de uma espécie híbrida (meio gestor, meio dirigente) já o torna merecedor do encômio de dirigente do ano.

No que pese o aparente paradoxo de liderar uma equipe que contrastou um desempenho pífio no Cearense deste ano, a uma performance acima de qualquer expectativa realista na Série C do Brasileirão, Zacarias há que ser visto não só como um exemplo de auto-superação junto ao ICASA, mas também como exemplo de auto-superação. Pois, superar a si próprio, a seus limites como gestor e a seu mau desempenho nos primeiros dois quintos deste ano, sem dúvida representou a superação de outro grande desafio.

Portanto, renovado pela revolução interior operada, Zacarias lançou-se no maior dos desafios: levar o ICASA ao elevado patamar da Série B. E assim foi feito. E só um gestor consciente, competente e responsável sabe o que representa tal ascensão para aquele clube juazeirense.

Mais que mera sobreposição do status do clube, a Série B do Brasileiro para o Verdão do Cariri, representa a possibilidade do exercício de planejamento para um biênio, evidentemente que com maior foco para o ano de 2010.

Outros segmentos do clube passíveis de incremento são os de gestão de marketing e gestão patrimonial. As ações destes departamentos já contabilizam os primeiros ganhos, e sem dúvida mais e mais ocorrerão.

Reparem, pois, que antes mesmo da grande colheita já está criado o pré-ambiente para comercialização da safra.

Logo, por tudo que pode ser traduzido em termos concretos e potenciais com a ascensão do ICASA, Zacarias Silva já é, a nosso juízo, o dirigente do ano.


BREVES E SEMIBREVES ®

ACIMA DA EXPECTATIVA

No duelo dos tricolores, o Fortaleza obteve vitória maiúscula e, desta vez, sem contestação. No desequilíbrio teórico da escala da equipe se conseguiu o equilíbrio e poder ofensivo prático para detonar o time paranista.

TEORIA E PRÁTICA
O dito time b do Leão concorreu para a composição da equipe vencedora contra o Paraná. Dele saíram Gilmak, Saulo e Wanderley. Questão de ponto de vista: ou o treinador Giba não sabia ouvir ou era boicotado (ou as duas coisas).

O ERRADO QUE DEU CERTO?
Não sei. A transição do Fortaleza de um time capenga para um time ofensivo se deu de maneira brusca, abrupta mesmo. Uma ousadia com jeitão de irresponsabilidade que acabou dando certo. Vamos ver como será fora de casa, contra o Guarani/SP. Como atenuantes, sevem as contribuições defensivas dos meias Rogerinho e Cristian.

DEVASTADORA
Talvez seja um bom termo para sintetizar o que foi a esmagadora vitória alvinegra diante do América/RN. Até o mais otimista torcedor do Ceará não esperava tão estrondoso placar. 5 a 1 impostos ao Diabo credencia mais e mais o Alvinegro cearense.

IMPORTANTE
A equipe alvinegra teve a reforma de seu meio-campo e nem assim vimos a quebra do ‘harmonium’ da harmônica. Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si em diferentes oitavas foi o que se viu. Alguns toques ‘jazzísticos’, mas sem desafinos (ou desafinamentos).

VERDÃO DA ESPERANÇA
De semifinalista a finalista já não é mais um mero sonho. O Verdão do Cariri consegue mais um grande resultado fora de casa, e no domingo o Romeirão, em uníssono, poderá gritar: Verdão finalista!
Valeu, ICASA! Valeu, Verdão!

FERRÃO: QUE PENA!
O Tubarão reagiu, mas não teve forças para superar o Sergipe. A falta de logística pesou mais contra o time da Barra que contra o ‘Gipinho’. (sem conotação pejorativa). A presente realidade não deslustra o esforço da direção coral (leia-se Paulo Vagner).

TERCEIRONA
A 3ª Divisão Cearense espera os mais competentes do time coral. E, diga-se também, que nossa Terceirona merece melhor tratamento por parte de alguns colegas da nossa Crônica Esportiva.

RECADO
O Campeonato Cearense de Futebol Feminino precisa ser visto com mais atenção. A FCF precisa cobrar dos dirigentes de clubes maior compromisso e respeito. Ninguém é obrigado a gostar do futebol feminino, mas todos que integram o ‘trade’ futebolístico precisam realizar as coisas com seriedade.

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Benê Lima