Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, agosto 02, 2009

O futebol feminino nos EUA
O início da caminhada modalidade não foi devido a fatores culturais ou econômicos. Mas sim por conta da política
Hélio Dana
O futebol feminino nos Estados Unidos é sem duvida o esporte de maior participação para mulheres (segundo a AYSO ou American Youth Soccer Organization).

Além das oportunidades nas escolas, as garotas têm a chance de jogar em clubes dentro das várias faixas etárias. À medida que as meninas progridem dentro do esporte, podem chegar a jogar o campeonato universitário e, agora, o profissional.

O campeonato universitário é usado como fonte de revelação para as garotas que querem se profissionalizar. Há também ligas de clubes adultas que servem como fonte de revelação de talentos. Por exemplo, a liga W-League (http://wleague.uslsoccer.com/) é semi-profissional, permitindo a jogadoras universitárias participação nos meses de férias, além de servir de celeiro para a liga profissional. Há ainda mais uma liga semi-profissional chamada de WPSL (http://www.wpsl.info/) que é similar a W-League.

Ambas funcionam de maio a agosto e normalmente abrigam jogadoras da região de cada time. As meninas ficam em casa de família ou em alojamentos e trabalham durante o período, normalmente fazendo clínicas de futebol.
Já a liga profissional é chamada de WPS ou Women’s Professional Soccer (http://www.womensprosoccer.com/). A liga no momento possui apenas nove times, mas já tem planos de expandir ano que vem.

O começo de tudo
O início da caminhada do futebol feminino nos EUA não foi devido a fatores culturais ou econômicos. Aliás, todos sabemos quanto atrasada a cultura do futebol é aqui na América. A grande diferença foi política.

Em 1971, um estudo feito aqui demonstrou que apenas 18% de todas as mulheres americanas chegavam a um diploma univeristário (em comparação a 26% dos homens). Em nível das oportunidades disponíveis dentro do desporto, a disparidade era absurda: praticamente 90% dos investimentos no desporto iam para os homens e apenas 10% para as mulheres.

Dessa situação surgiu em 1972 a lei conhecida aqui por “Title IX” (Título Nove). Em resumo, a lei diz que “nenhuma pessoa nos EUA pode ser, com base em seu sexo, discriminada ou excluída em participação de qualquer projeto educacional recebendo assistência federal”. E como a prática do desporto é grandemente vinculada ao sistema educacional aqui, naturalmente esses programas receberam um imenso “boost” com a nova lei.

O escritório de Direitos Civis do Departamento de Educação Americano foi incubido de vigiar a aplicação da lei. Só para se ter uma noção, essa lei atingiu 51 milhões de alunas do nível elementar e secundário, e 14 milhões no nível universitário.

Imediatamente, as instituições tiveram que se virar para estabelecer igualdade de oferta em todos os programas educacionais, incluindo o do desporto (e naturalmente do futebol feminino). Aliás, em nível prático, essas instituições tiveram que investir a mesma quantidade de dinheiro já investida no desporto masculino, não só no que se refere ao orçamento de gastos, mas também às bolsas de estudo oferecidas.

Portanto, nesses mais de 30 anos que se passaram, houve uma explosão de oportunidades para as meninas, desde iniciação à prática de alto nível. E naturalmente a demanda obrigou a criação dessas ligas que mencionei.
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Benê Lima