Um ataque sofrido pelo ônibus da delegação da seleção do Togo, em que pelo menos nove pessoas ficaram feridas, protagoniza o processo de saída da equipe da Copa Africana de Nações de 2010. O torneio que está sendo organizado por Angola deverá perder a equipe comandada por Emmanuel Adebayor, atacante do Manchester City, e principal nome togolês.
De acordo com os relatos, o número de vítimas fatais aumentou para três - foram confirmadas as mortes do porta-voz e do assistente técnico, além do motorista do veículo.
“Estamos conversando com outras seleções do nosso grupo (Burkina-Faso, Costa do Marfim e Gana) para tentar convencê-los a boicotar a competição também”, disse Alaixys Romao, em entrevista ao jornal francês L’Equipe. “Esperamos o avião para voltar a Lomé”.
O desejo de abandonar a Copa Africana foi explicitado por Adebayor logo após o atentado realizado na última sexta-feira. A competição está programada para começar no próximo domingo – Togo estrearia na segunda.
Algumas informações seguem desencontradas. Enquanto a rede britânica BBC já noticiou que Togo desistiu da Copa Africana, a TV Al Jazeera garante que a seleção decidiu continuar no local de disputa dos jogos.
Neste sábado, o ministério dos Esportes de Angola assegurou que o evento será mantido mesmo após o ataque.
Clubes ingleses, como o Hull City e o Tottenham, que possuem representantes entre as seleções participantes, manifestaram-se a favor do cancelamento da Copa.
“O porta-voz Stanislas Ocloo e o treinador adjunto Abalo Amelete faleceram às quatro horas da manhã”, disse o representante da confederação africana, Kodjo Samlan.
Após o primeiro balanço da federação togolesa, era indicado o número de nove feridos e um morto. Mas o falecimento do motorista não foi confirmado pelo representante da confederação africana na TV de Togo.
O goleiro Kodjovi Obilalé, que foi baleado, segue em estado grave. Kossi Agassa, companheiro de função de Obilalé, declarou que ele está entre a vida e a morte.
“Estamos aqui para celebrar o futebol em nosso continente e fomos vítimas de um atentado. Ficamos no hospital durante um bom tempo, e isso reforçou a união de nosso grupo”, declarou o treinador de Togo, Hubert Velud.
“Não sei se as autoridades estão tendo a noção exata da gravidade do que aconteceu conosco”, lamentou, ainda em entrevista à rádio francesa RMC.
Velud declarou ainda que a tragédia só não foi completa graças a ação do exército angolano. E agradeceu. “Não fosse por eles, estaríamos mortos. Sem a proteção do exército, os rebeldes teriam destroçado nosso ônibus, já que estávamos indefesos. Tenho que agradecer aos soldados, que salvaram nossas vidas”.
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Benê Lima