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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

domingo, janeiro 10, 2010

Estudo inglês mostra que stress e foco demasiado no goleiro aumentam chances de erro em penalidades
Nervosismo tenderia atletas a centralizar foco da meta, bem como a execução do chute, facilitando a defesa do goleiro
Equipe Universidade do Futebol

Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Exeter, da Inglaterra, traz à tona novos argumentos para explicar a causa de algumas equipes perderem disputas decisivas de pênaltis. De maneira pioneira, a pesquisa mostra o efeito da ansiedade sobre os movimentos do olho de um jogador de futebol no momento da execução desse lance.

Quando os cobradores estão ansiosos, indica Greg Wood, autor do texto conclusivo, eles possuem maior propensão para olhar e focar o goleiro posicionado centralmente. Devido à coordenação entre os olhos apertados de controle e seu aspecto motor, os tiros também tenderiam a se centralizar, tornando-os mais fáceis de ser defendidos pelos goleiros.

A investigação foi publicada na edição de dezembro de 2009 do Journal of Sport and Exercise Psychology.

“Durante uma situação altamente estressante, estamos mais propensos a nos distrair com qualquer estímulo ameaçador e concentrarmo-nos sobre eles, mais do que a tarefa em questão. Portanto, em um pênalti decisivo, a atenção de um jogador de futebol é susceptível de ser direcionada para o goleiro, em oposição às zonas de ótima pontuação”, explica Wood, que compõe a Escola de Desporto e Ciências da Saúde.

“Tal situação perturba o objetivo do tiro e aumenta a probabilidade de, posteriormente, efetuá-lo em direção ao goleiro”, completa.

Para o estudo, os pesquisadores se concentraram em 14 membros da equipe de futebol da Universidade de Exeter. Eles pediram aos jogadores para realizar duas séries de pênaltis. Primeiro, eles foram simplesmente orientados a fazer o gol; depois, a segunda etapa foi condicionada a uma esfera mais estressante e mais semelhante a uma grande penalidade.

Os jogadores foram informados de que os resultados seriam gravados e compartilhados com os outros componentes do grupo, com um prêmio em dinheiro em disputa para o que tivesse melhor desempenho.

Os cobradores usavam óculos especiais que permitiram aos investigadores o registro de movimentos oculares precisos e análise do foco do olhar de cada jogador, bem como a quantidade de tempo gasto para mirar diferentes locais na meta.

Pelos resultados, quando ansiosos, os jogadores olharam para o goleiro significativamente mais cedo e por mais tempo - esta mudança no comportamento do olho dos jogadores fez com que eles chutassem com mais constância no centro da meta, tornando mais fácil a intervenção do rival.

Os pesquisadores acreditam que por serem conscientes do impacto da ansiedade no movimento dos olhos, e isso tem o efeito sobre a precisão do tiro de um jogador, os treinadores podem abordar esta questão através da formação.

“A pesquisa mostra que a melhor estratégia para os batedores de pênalti é escolher um ponto e atirar nele, ignorando o goleiro no processo. Provavelmente, haveria um desenvolvimento da coordenação estreita entre os movimentos dos olhos e subsequentes ações, com chutes mais precisos”, pontua Wood.

“A ideia de que você não pode recriar a ansiedade um pênalti durante um treinamento não é desculpa para ignorar essa prática. Atletas de elite de outras modalidades não praticam tiros de base tendo em vista dardos, snooker ou golfe para o mesmas razões? Estas habilidades precisam ser bem compreendidas pelo desportista quando o mesmo será submetido a forte pressão”, finaliza.

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Benê Lima