Benê Lima

Desenvolvendo equipes de alto desempenho

A importância de trabalhar as pessoas em um ambiente futebolístico

Lisandro Zanotto

Alguém já se perguntou por que, em times de alto desempenho esportivo, o zagueiro atua na zaga e o centroavante, no ataque? A resposta parece tão óbvia que talvez nem mereça uma reflexão. Mas, para se chegar a essa conclusão “óbvia”, alguém olhou para o primeiro jogador e viu nele mais capacidade para desarmar jogadas – portanto, um zagueiro em potencial. E olhou para o segundo e viu nele mais capacidade para finalizar jogadas –portanto, um centroavante.

Às vezes, porém, detectar um zagueiro e um atacante não é uma tarefa fácil. Hoje, as atividades esportivas coletivas exigem cada vez mais múltiplas habilidades. Para detectá-las e utilizá-las da melhor maneira possível, é preciso conhecer as pessoas com quem se trabalha.

Isso é apenas uma das tarefas que o projeto "Desenvolvendo Equipes de Alto Desempenho" se propõe a resolver.

Além disso, qualquer equipe que reúne muitas pessoas em torno de um objetivo está sujeito a problemas interpessoais. Pode haver jogadores que se esforçam menos que os colegas. Ou aqueles que não se concentram no que fazem. Ou quem se acha melhor que os outros. Pode haver até alguém que secretamente conspire contra colegas para derrubá-los ou roubar-lhes o lugar. Para piorar, sempre há uma pressão por resultados.

Fazer com que todos os integrantes da equipe remem para o mesmo lado, a qualquer custo, pode parecer à solução. Mas, se a interação não é boa, acaba sendo uma solução de curto prazo e que acaba desgastando as pessoas. Se o resultado não for favorável, então...

O projeto Desenvolvendo Equipes de Alto Desempenho mostra a importância de se trabalhar com as pessoas. Por mais que todas tenham o mesmo objetivo coletivo, cada uma tem aspirações próprias, ou problemas próprios, ou soluções próprias.

Nos ambientes esportivos, os chavões são conhecidos. “É preciso motivação”. “Ninguém vai a lugar nenhum, a não ser que o time vença”. “A união faz a força”. O problema não é conhecê-los, e sim aplicá-los.

Dentro do projeto, há soluções para pontos que permeiam as equipes. Conhecer as pessoas com que se trabalha. Avaliar como a motivação de cada um influi no desempenho global da equipe e conciliar os objetivos. Descobrir como fazer com que as “estrelas” passem a jogar para o time. Arrumar maneiras de melhorar a comunicação entre os integrantes. Encaixar as pessoas nas funções da melhor maneira possível, de acordo com as habilidades de cada um.

Equipes que buscam alto padrão de rendimento não podem prescindir de informações nesse sentido. Há maneiras e maneiras de sensibilizar equipes para a importância das atitudes pessoais na obtenção de resultados. Há métodos e métodos para despertar o senso de compromisso com o objetivo comum.

Não existe apenas um modo de integrar equipes ou de desenvolver habilidades pessoais e interpessoais. A fórmula que dá certo em um lugar não necessariamente funciona em outro. Descobrir qual é a certa para cada caso é uma arte. Ou melhor, é fruto da aplicação de experiência e conhecimentos específicos. Mas isso, claro, é só o começo. O fim será dito pelo resultado obtido