Benê Lima

Um calendário para o Campeonato Mundial de Clubes

Com mais clubes americanos e europeus, competição deve ser mais valorizada, gerando dividendos técnicos e prosperidade econômica

Luis Filipe Chateaubriand

Nos artigos anteriores a este, estive apresentando uma proposta de calendário para o futebol brasileiro. E, até então, nada foi falado sobre o Campeonato Mundial de Clubes.

Isso aconteceu pois, pelo que proponho, o Mundial de Clubes não deve ser disputado no período da temporada regular oficial – agosto a maio, como proposto –, mas na primeira metade de junho.

Acredito que o Mundial atual, com sete clubes, não é apropriado. Está correto o fato de que se deve ter um clube representante de cada continente, o que o torna verdadeiramente um mundial. Está errado o fato de que há apenas um clube da Europa e um clube da América do Sul o disputando – grandes centros do futebol mundial merecem um maior número de representantes.

Então, a ideia central do Mundial ora proposto é que se alargue o número de clubes disputantes, com o excedente de equipes vindo, basicamente, da Europa (maior parte dos clubes) e da América do Sul (boa parte dos clubes). Na medida em que o Mundial seja acrescido de grandes forças européias e americanas, tende a melhorar tanto em nível técnico como em perspectivas comerciais.

Em outros termos, proponho que o Mundial seja disputado por 16 clubes, a saber:

• Sete clubes europeus – cinco primeiros colocados da Uefa Champions League da temporada e dois primeiros colocados da Liga Europa da temporada;

• Cinco clubes americanos – quatro primeiros colocados da Copa Libertadores da América da temporada e primeiro colocado da Copa Panamericana da temporada;

• Um clube africano – campeão do continente na temporada;

• Um clube asiático – campeão do continente da temporada;

• Um clube da Oceania – campeão do continente da temporada;

• Campeão nacional do país sede na temporada.

Os 16 clubes são divididos em quatro grupos (A, B, C, D) de quatro clubes cada um. Em cada grupo, há uma disputa em pontos corridos, com os dois melhores de cada chave classificando-se à fase seguinte (três rodadas).

A fase seguinte é a de quartas-de-final, com os oito classificados sendo divididos em quatro grupos de dois, no qual um se classifica em cada grupo (uma rodada).

A fase posterior é a semifinal, com os quatro classificados sendo divididos em dois grupos de dois, classificando-se em cada grupo (uma rodada).

A fase sequente, a última, é a final entre os dois clubes classificados na fase anterior (uma rodada).

São, portanto, seis rodadas: a primeira, no primeiro dia de competição; a segunda, no quarto dia de competição; a terceira, no sétimo dia de competição; a quarta, no décimo dia de competição; a quinta, no décimo terceiro dia de competição; finalmente, a sexta, no décimo sexto dia de competição.

Fazendo com que o Campeonato Mundial de Clubes tenha mais clubes qualificados dos continentes europeu e americano do que atualmente, este tende a ser mais valorizado, gerando dividendos técnicos e prosperidade econômica.

Luis Filipe Chateaubriand é autor do livro 'Futebol Brasileiro: Um Projeto de Calendário', pela editora Publit (www.publit.com.br).