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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

segunda-feira, maio 24, 2010

Foto Original: Diário do Nordeste

PC Gusmão vs PC Gusmão

Por: Benê Lima

Dizer pura e simplesmente que Paulo César Gusmão, técnico do Ceará Sporting Club, perdeu o campeonato cearense seria negar os méritos de seu opositor – Zé Teodoro -, técnico do Fortaleza Esporte Clube, bem como o dos atletas tricolores e de sua direção – leia-se Renan Vieira. Afinal, os tricolores não conquistaram um título qualquer, e sim um tetracampeonato. Título esse que, por mais que o torcedor alvinegro desdenhe, sabemos que, como bem diz o dito popular, “quem desdenha quer comprar”.

Pois bem. Exarada a meritocracia do Fortaleza, do que resta – aí sim – podemos questionar alguns aspectos do trabalho do técnico alvinegro. Mas, antes, mais uma observação precisa ser feita por dever de justiça. A de que PC tem o mérito fundamental de ter formado um grupo em que prevalece e transparece o sentido coletivo. E isto se tem mostrado vital para o estabelecimento de um padrão de jogo para a equipe que dirige.

Feitas as devidas ressalvas, passemos aos fatos supervenientes. Primeiro, ressaltar que o que mais nos chama a atenção é o fato de PC Gusmão demonstrar não ser seu forte aprender com seus erros. Outra atitude contraproducente que detectamos em PC é certa falta de coerência entre seu discurso e suas ações. Quanto a este ponto é só lembrar que ele sempre se recusou a utilizar jogador que não esteja bem fisicamente, e agora a pouco o vimos privilegiar Clodoaldo em detrimento de outros que estão em melhor condição física.

Além disto, não podemos deixar de mencionar que até a um misticismo tosco PC se rendeu, ao inexplicavelmente escalar Arlindo Maracanã por ocasião da primeira partida da final, quando este foi uma verdadeira nulidade. Já na segunda partida da mesma final, Arlindo já não mais figurava sequer entre os suplentes. Quanta coerência, não?

Chegamos à Série A e já vemos PC Gusmão renovar o seu repertório de incoerências. Contra o Fluminense, se a equipe perde um zagueiro a única saída possível seria levar um dos volantes para a zaga, já que PC não relacionou nenhum zagueiro de origem para o banco. No intervalo do jogo, ele sacrificou Erick Flores para fazer média com a entrada de Clodoaldo. Este acabou sendo a nota destoante. Atuação apagadíssima. E o que é pior: a presença de Clodoaldo provocou a mudança de posicionamento de Geraldo, e este que não vinha bem, apagou-se de vez.

Mas a cartada que se seguiu revelou ao menos que PC enxerga o óbvio: percebeu que o lateral Thiago Fernandes nem deveria ter entrado em campo. Ernandes, sem muito esforço, produziu acréscimos ao setor esquerdo ofensivo da equipe, embora lhe falte um pouco mais de ousadia e pontaria.

Mas não demorou muito e PC mostrou sua vulnerabilidade ante a liderança de Geraldo. Nem o baixo rendimento do meia alvinegro dotou Gusmão de suficiente coragem para sacar Geraldo do time. O sacrifício sobrou para Careca, que cedeu seu posto a Tony para que este pudesse fazer sua estréia. Fora de seu posicionamento, Tony pouco rendeu. E em função do estrelismo e da falta de coragem de PC, o Ceará deixou de ser uma unidade como equipe para formar – naquela partida contra o Fluminense – dois setores estanques: defesa e ataque tão-somente.

Só neste domingo, enfim, PC, com o respaldo do torcedor alvinegro, encorajou-se a substituir Geraldo. E como prêmio, obteve um triunfo valoroso, que só veio em função da maior dinâmica que Erick Flores e Eusébio conferiram ao time.

(...)


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Benê Lima