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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, maio 01, 2010

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A volta da Copa do Nordeste
Para grandes representações locais de Bahia, Ceará, Natal e Pernambuco, liga interestadual pode ser mais rentável e chamativa
Luis Filipe Chateaubriand

Na semana passada, mostrava que os Campeonatos Estaduais, embora desimportantes, ainda podem sobreviver. O segredo é organizá-los em ligas de clubes fixos e que a liga de cada Estado tenha poucos clubes, apenas os principais da região.

Com isso, os jogos dos Estaduais tornam-se mais atraentes – visto que disputados apenas pelos principais clubes de cada Estado – e a competição torna-se mais enxuta – visto que há menos clubes disputantes.

Citei, na ocasião, o Campeonato da Liga de São Paulo – disputado pelos oito principais clubes paulistas – e o Campeonato da Liga do Rio de Janeiro – disputado pelos seis principais clubes fluminenses.

É importante frisar, contudo, que em determinadas localidades os Estaduais são tão fracos tecnicamente, deficitários do ponto de vista comercial e previsíveis em termos de resultados, que não faz sentido que aconteçam com os principais clubes de uma região.

Talvez o melhor exemplo disso seja a Copa do Nordeste, um interestadual que é mais apropriado que diversos Estaduais.

Raciocinemos: será que para grandes clubes como o Vitória e o Bahia é melhor disputarem o Campeonato Baiano ou um certame que reúna as principais forças do Nordeste?

Continuemos raciocinando: será que para grandes clubes como Sport, Santa Cruz e Náutico é melhor disputarem o Campeonato Pernambucano ou um certame que reúna as principais forças do Nordeste?

Ainda nesta linha de raciocínio: será que para grandes clubes como Ceará e Fortaleza é melhor disputarem o Campeonato Cearense ou um certame que reúna as principais forças do Nordeste?

E, também, que se raciocine: será que para grandes clubes como América de Natal e ABC é melhor disputarem o Campeonato Potiguar ou um certame que reúna as principais forças do Nordeste?

Como se sabe, o ano de 2010 está marcando a volta da Copa do Nordeste. Isso é motivo de alegria, pois o “Nordestão” nunca deveria ter sido extinto – ele foi um dos maiores êxitos técnicos e comerciais da história do futebol brasileiro.

Mas está voltando, ao meu ver, com alguns equívocos, a saber:

• Os clubes que jogarem o “Nordestão” devem deixar de jogar os Estaduais. Da maneira que se está fazendo, no confuso calendário atual, estes clubes jogam tanto Estaduais como a Copa do Nordeste. Ora, o “Nordestão” existe exatamente para dar aos grandes clubes nordestinos uma opção melhor que os Estaduais...

• Dezesseis clubes, como será feito este ano, é um exagero, sobretudo se se levar em conta que competições com mais clubes consomem, via de regra, mais datas para serem realizadas.

Qual a sugestão? Que seja criada a Liga do Nordeste de Clubes, composta pelos dez principais clubes da região: Bahia, Vitória e Fluminense de Feira de Santana (da Bahia); Sport, Santa Cruz e Náutico (de Pernambuco); Ceará e Fortaleza (do Ceará); América de Natal e ABC (do Rio Grande do Norte). Estes dez clubes realizariam, anualmente, o Campeonato da Liga do Nordeste, ou “Nordestão”.

Qual a fórmula de disputa? Na fase classificatória, os dez clubes jogariam entre si em turno único (nove rodadas), classificando-se os quatro primeiros colocados para a fase seguinte.

Na fase seguinte, a final, os quatro clubes jogam entre si, em turno único (três rodadas), sendo campeão o clube que somar maior número de pontos.

Nessa fase, cabe a ideia do supermando (primeiro colocado da fase classificatória joga os seus três jogos com o mando de campo; segundo colocado da fase classificatória joga dois jogos com o mando de campo e um jogo sem o mando de campo; terceiro colocado da fase classificatória joga um jogo com o mando de campo e dois jogos sem o mando de campo; quarto colocado da fase classificatória joga os seus três jogos sem o mando de campo).

Como são nove rodadas na fase classificatória e três na fase final, têm-se 12 rodadas para a realização do certame. As mesmas 12 rodadas do Campeonato da Liga de São Paulo e da Liga do Rio de Janeiro, nos termos que propus no artigo anterior.

Uma observação: como a fase classificatória faz com que todos os clubes joguem entre si apenas uma vez, será uma boa ideia que, no ano seguinte, os mandos de campo sejam invertidos. Exemplo: se, em determinado ano Sport x Vitória jogarem em Recife pela fase classificatória, no ano seguinte jogam Vitória x Sport em Salvador pela fase classificatória.

Em determinados casos, é preferível que alguns clubes de uma mesma região joguem Campeonatos Interestaduais, ao invés de Campeonatos Estaduais. O “Nordestão” parece ser um ótimo exemplo.


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Benê Lima