"Patrocinar clube de futebol tem esse risco", explica Rafael Plastina, gerente de marketing, comercial e desenvolvimento da Informídia Pesquisas Esportivas. "Essa é uma situação que tem de ser prevista em qualquer esporte, modalidade ou clube".
As companhias, diz Plastina, apostaram no sucesso da equipe na Libertadores e agora terão, invariavelmente, queda na exposição da marca. "O Corinthians vai deixar de jogar com transmissões da Rede Globo, vai deixar de sair em centenas, talvez até milhares de reportagens na imprensa".
A saída, segundo o especialista, é concentrar-se no Campeonato Brasileiro. O primeiro jogo dos paulistas é neste domingo (9), contra o Atlético-PR no Pacaembu. "Todo mundo sabe que o Corinthians é protagonista, que vai aparecer muito e que o retorno é garantido", completa o gerente. "Vai depender da capacidade de reação do marketing, que terá de oferecer ideias novas aos patrocinadores para a roda girar sem prejuízos".
A mesma opinião tem o consultor e professor de gestão no esporte Amir Somoggi. "Eles têm que lotar estádio, fazer ações com empresas, ser mais agressivos", explica. O estudioso acredita que a equipe deve dedicar-se integralmente ao torneio nacional e trabalhar no resgate da identidade e do apoio da torcida.
Em termos financeiros, a projeção do montante que poderia ter sido arrecadado na Libertadores, para Somoggi, fica em torno dos R$ 5 milhões. "Temos de considerar que uma parte do ganho iria para pagamento de prêmios aos jogadores, como acontece no mundo inteiro, então este é o valor que deveria ir para o Corinthians", explica.
Cabe destacar que a partida contra o Flamengo rendeu R$ 3 milhões e a Conmenbol, organizadora da competição, paga R$ 400 mil a cada fase que o clube avança. Outros R$ 3 milhões estavam previstos no contrato de patrocínio caso os paulistas fossem campeões.
Contudo, conforme alerta o professor universitário, os gastos da diretoria corintiana para vencer a Libertadores eram uma aposta de risco. Estima-se que a folha salarial seja de R$ 7 milhões e que R$ 36 milhões tenham sido gastos na formação do time. "Tudo isso por uma competição deficitária", afirma Somoggi. "Ela tem muito valor sentimental, mas todo mundo sabe que a cota de TV é uma vergonha e que ter de viajar para jogar no México é caro".
A principal meta para o clube, na visão do consultor, deve ser garantir a presença na Libertadores todos os anos, como tem sido feito pelo rival São Paulo há quase uma década. "Campeão é um só, e a torcida tem que entender isso, mas o time tem que se fortalecer e essa deve ser a ambição do Corinthians", conclui.
Fonte: Máquina do Esporte
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Benê Lima