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"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Profissionalização do futebol feminino na Austrália rende benefícios à seleção nacional

Liga criada em 2008 permitiu a formação de novas atletas, minimizando os efeitos negativos da transição de geração

Equipe Universidade do Futebol

O ano de 2007 foi especial para o futebol feminino da Austrália. A equipe principal alcançou, de maneira inédita, as quartas de final da Copa do Mundo da categoria. À ocasião, porém, o país sequer contava com uma liga profissional. Quatro anos depois, a realidade é bem distinta.

A maioria das jogadoras que se preparou com treinos nas suas respectivas cidades, quase sempre contra times de garotos de até 15 anos, apenas com alguns jogos intercalados pela própria seleção, encontraram um respaldo dos representantes oficiais locais. A W-League, principal competição de futebol entre mulheres australiana, chegou ao fim da terceira temporada, algo que rende frutos ao treinador da seleção, Tom Sermanni.

Ele aposta que a profissionalização se refletirá no Mundial Fifa 2011, com um desempenho regular, apesar das adversidades – a Austrália caiu no grupo do Brasil, da tradicionalíssima Noruega e da novidade africana Guiné Equatorial. 

“Dois anos atrás eu estava muito preocupado com a geração que estava aparecendo. A seleção estava passando por uma grande transição naquele momento, e nós precisávamos fazer mudanças significativas. Não havia um grupo de jogadoras prontas para a mudança, e estava difícil encontrar de onde tirar as alterações”, revelou Sermanni.

O comandante perdeu diversas jogadoras experientes nos quatro últimos anos, como Joanne Peters, Dianne Alagich, Alicia Ferguson e Cheryl Salisbury, grande estrela da companhia. Nesse período transitório, uma goleada de 5 a 1 sofrida diante da Itália, no início de 2009, expôs as fragilidades.

“A W-League foi benéfica de muitas maneiras. A competição abriu um caminho de formação para jogadoras que estavam às margens da seleção, muitas das quais eram totalmente desconhecidas para nós”, admitiu Sermanni, que treinou a Austrália tanto no Mundial de 2007, quanto no de 1995.

A liga é composta por sete equipes; seis delas, inclusive, são afiliadas a um time da liga masculina, o que dá maior credibilidade e visibilidade ao torneio.



 

No último fim de semana, Brisbane Roar e Sydney Football Club disputaram a decisão da temporada, com vitória do time de Brisbane após um gol de Lisa De Vanna, uma das principais jogadoras australianas da Copa do Mundo Feminina de 2007.

Ao todo, 16 das 20 jogadoras de linha presentes na decisão faziam parte da seleção nacional. Além disso, muitas atletas de outros países aproveitaram para disputar o torneio e passar o verão na Austrália, como Alexandra Nilsson (Suécia), Tine Cederkvist (Dinamarca) e Kendall Fletcher, Lydia Vandenbergh e Allison Lipsher (todas dos Estados Unidos).

“O nível de competição e seriedade cresceu, assim como o desempenho. As equipes melhoraram a preparação, o recrutamento, a organização. Tudo isso se combinou para uma grande elevação neste ano, com um salto significativo na última temporada”, sinalizou Sermanni, ainda em entrevista ao site oficial da Fifa.

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Benê Lima