Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, outubro 14, 2011

Como você se relaciona com seus concorrentes?

Cézar Tegon
Eles podem ser seus aliados, ao invés de serem seus inimigos. G4 paulista e carioca são exemplos no futebol

Saudações a todos!

 

No mundo empresarial, este assunto já foi um grande tabu: o concorrente de qualquer empresa era seu maior inimigo, portanto, todas as informações tramitadas na empresa, mesmo as mais básicas, eram trancadas a sete chaves e não poderiam chegar às mãos do concorrente (inimigo) de forma alguma.

Hoje isso ainda ocorre em alguns segmentos de mercado, onde existe de fato uma guerra entre empresas, mas são poucos os casos. Na grande maioria das empresas, com exceção de informações estratégicas do negócio, todos os processos são conversados abertamente com os concorrentes.

As empresas concorrentes têm grupos formais de discussões em todos os níveis – analistas, gerentes, diretores, presidentes – e para todas as áreas, onde constantemente são trocadas informações sobre salários, benefícios, forma de atrair, selecionar e reter pessoas, estratégias de gestão, sistemas utilizados, estrutura de produção, etc.

As empresas adotaram essa postura, pois perceberam que com essa troca de informações os benefícios são inúmeros para todos, os processos ganham maior qualidade e agilidade (pois o que é bom para uma e está dando certo, na maioria dos casos, pode funcionar para as demais), e em várias situações, por ser um grupo e consequentemente terem maior poder de barganha, acabam tendo melhores negociações com os fornecedores em comum. 

Vejo que no esporte, principalmente fora do Brasil, esta prática também é comum. Temos bons exemplos no basquete americano, na Fórmula 1, nos grandes clubes de futebol da Europa e mesmo no nosso vôlei. Em todos esses exemplos, o fato em comum é o grande sucesso, os resultados expressivos. Coincidência? Com certeza não!

Resolvi escrever sobre esse tema nesta semana, pois no futebol vejo um exemplo e um anti-exemplo que evidenciam ainda mais o quanto é importante a troca de informações entre os concorrentes.

Na década passada, o futebol paulista dominava o cenário nacional. Quase metade dos clubes que compunham a Série A era de São Paulo. Os clubes desse Estado ganhavam a maioria dos títulos, tinham o melhor elenco, os destaques das competições, etc., enquanto isso, os clubes do Rio de Janeiro ficavam em segundo plano, constantemente lutando para não cair, com times poucos expressivos e resultados pífios.

Percebendo que a solução era a união, o futebol do Rio de Janeiro criou o G4 – Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco passaram a trocar informações, efetivaram a formação de um grupo de fato e com isso conseguiram maior visibilidade, novos e maiores contratos, formaram grandes elencos e consequentemente colheram vários resultados. Os últimos dois campeões brasileiros são do Rio de Janeiro, e neste ano há grande chance de um carioca faturar a competição novamente (os quatro clubes têm chances reais de título). Além disso, o Vasco é o atual campeão da Copa do Brasil.

Esse é o bom exemplo, e não preciso dizer mais nada, né?

O anti-exemplo está aqui em São Paulo. São Paulo também tem seu G4 (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo), mas ao contrário do que ocorreu no Rio de Janeiro, o órgão paulista não efetivou a formação de um grupo de fato.

Corinthians e São Paulo – que deveriam ser as locomotivas da união – se tratam como inimigos mortais, trocam farpas a todo instante, o relacionamento entre os dois presidentes, e que a mídia mostra a toda hora, chega a dar inveja a “filme pastelão” de quinta categoria.

No momento em que mais deveriam se unir, mais deveriam trocar informação para proveito de todos, pois a Copa do Mundo está aí, e quem aproveitar tal chance criará um grande legado. O G4 paulista está cada vez mais para Z4. O Rio de Janeiro agradece hoje e por mais alguns anos.

Esses são bons exemplos para serem avaliados nas empresas onde vocês atuam. Já participam de grupos de discussões internos e externos ou nas redes sociais, trocam informações com seus parceiros, chefes e subordinados? Procuram saber como são feitos os processos em empresas do mesmo segmento? Se sim, ótimo!

Vocês seguem o exemplo do Rio de Janeiro e colherão bons resultados hoje e pelos próximos anos; se estão mais para o exemplo de São Paulo, correm um sério risco de ficarem no ostracismo durante um bom tempo.

É isso, pessoal. Reflitam e vejam a melhor opção a seguir!

Abraços a todos!

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Benê Lima