Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

terça-feira, outubro 12, 2010

Chief Football Officer

Rodrigo Caetano, cotado para assumir posto executivo na CBF, personifica o melhor deste incipiente cargo

Rodrigo Barp

Rodrigo Caetano (Foto: Júlio Cordeiro)

 

Não sou afeito a estrangeirismos à toa. Acredito que a língua portuguesa é rica e pródiga para que o que se queira expressar seja encontrado.

Da mesma forma, não radicalizo os usos e costumes linguísticos que preservam aquilo de essencial que venha do estrangeiro.

Com efeito, em reuniões profissionais nos ambientes corporativos e publicitários, é absolutamente frequente – e, para mim, exagerado – o uso destes termos.

É CEO pra cá, CMO pra lá, C alguma coisa... Invencionices para deixar de chamar estas pessoas de Diretor disso ou Diretor daquilo.

Pois bem, já que a sede por mudanças e modernidade em nosso futebol é enorme, proponho a criação do CFO: Chief Football Officer.

Isso se deve ao fato de que o tão sonhado cargo de manager, que Luxemburgo sempre postula, realmente é tão necessário quanto raro em sua existência nos clubes brasileiros e na existência de profissionais com o perfil para ocupá-lo.

Também difere radicalmente do diretor de futebol, pois este se alimenta – oficialmente – da paixão que dedica ao seu clube e não é remunerado por isso e, na maioria dos casos, o planejamento que segue é riscado em reuniões realizadas informalmente em jantares e baseado em suas convicções administrativas e políticas.

Rodrigo Caetano personifica o melhor deste incipiente cargo que defendemos.

Ex-jogador profissional do Grêmio, ele teve a carreira interrompida por uma lesão, antes de embarcar para a Espanha na década de 1990. Não lamentou. Ao contrário, foi complementar a sabedoria adquirida na prática com o curso de Administração de Empresas e outros cursos de pós-graduação na área de gestão esportiva.

Virou referência unânime de bom trabalho nos quatro anos no clube gaúcho, que o levaram ao Vasco. Na vitrine nacional, está cotado para assumir cargo executivo na CBF, pois Mano Menezes conhece de perto seu trabalho.

Suas planilhas com informações de jogadores brasileiros, bem como a rede de relacionamentos com empresários, agentes e treinadores é um dos trunfos que provoca tamanho interesse em contratá-lo.

A diretoria que acaba de assumir o Grêmio está mais preocupada em convencer Caetano a voltar ao Olímpico que manter Jonas no clube no ano que vem.

Paulo Odone, o presidente eleito, disse que o clube já tentou outros profissionais para o cargo, mas o perfil “boleiro” atrapalha o trabalho de longo prazo.

Literalmente, o futebol brasileiro carece de Executivos-Chefe de Futebol (CFOs) como Caetano.

Aliás, manager, no bom português, significa gerente, e, no meu organograma, ficaria abaixo do CFO.

O que deixaria, naturalmente e, por meritocracia, Luxemburgo submetido ao trabalho de Caetano.

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Benê Lima