Jogador do clube desde os 11 anos, meia revela trabalho realizado nas categorias de base
Equipe Universidade do Futebol
Campeão de tudo o que disputou na temporada 2008/2009, além de outras conquistas na temporada seguinte, o Barcelona se tornou referência mundial devido ao seu futebol consistente dos últimos anos. Com um toque de bola paciente e muita qualidade técnica, aliada a um posicionamento que beira à perfeição, o estilo de jogo do Barça é definido desde as categorias inferiores do clube, determinando um trabalho que atravessa gerações.
Vestindo a camisa 6 do time, Xavi Hernandez se tornou um dos símbolos da equipe. Muito criativo e apelidado de “La Máquina” pelo primor de seus passes, o jogador revelou, em entrevista ao portal oficial da Uefa, a importância do projeto do Barcelona nas categorias de base para a construção do atual elenco.
“Tinha 11 anos quando aqui cheguei, e a filosofia futebolística deste clube foi incutida em mim desde o início. O mais importante nesta fase é a vontade de aprender. A filosofia é a de que o resultado é o que menos interessa", disse o meia.
Destaque nas assistências, o meio-campista também falou sobre os ensinamentos práticos que teve no clube. Inicialmente criticado por sua lentidão em campo, Xavi revelou algumas peculiaridades nos treinamentos de jovens atletas catalães.
"Fomos ensinados a jogar em triângulos, e a ter a bola sempre em movimento. Criam-se bons hábitos, como aprender os pontos fortes dos nossos companheiros e jogar sempre de cabeça levantada", explicou.
Segundo Xavi, os benefícios para a equipe principal do clube são evidentes. “Jogar de forma inteligente, passar para o pé direito de um jogador destro, ou para o esquerdo de um canhoto. Antes de receber a bola, já saber o que fazer com ela. Podem ver o resultado desse desenvolvimento, com oito ou nove jogadores-chave da equipa principal do Barcelona oriundos dos escalões jovens. Formam a base sob a qual a equipe é construída", declarou ainda em entrevista ao site.
Comandado por Josep Guardiola, Xavi não poupou elogios ao seu treinador. Também provindo da academia do clube, o técnico foi promovido como uma aposta do presidente Juan Laporta, que chegou a ser criticado, já que os dirigentes tinham José Mourinho como preferido para a vaga.
"Eu acreditei em Pep. Ele é empenhado, meticuloso, uma pessoa entusiástica. Tem uma convicção enorme nas suas crenças e a habilidade de transmitir toda a sua energia a quem o rodeia. Sei que existiram algumas dúvidas devido à sua pouca experiência, mas quando alguém externo ao Barcelona chega ao clube, tem de se lhe mostrar como as coisas funcionam. O Pep sabe o que tem de fazer”, elogiou.
Ex-jogador do clube na década de 1990, Guardiola chegou ao Barcelona também quando era jovem. Tinha apenas 13 anos. Ao ser promovido para os profissionais, conquistou a Liga dos Campeões e o Campeonato Espanhol e mais dois títulos na temporada seguinte. Porém, uma sequência de contusões o deixou afastado dos gramados. Quando voltou, ainda ganhou a Copa do Rei e as Super e Recopa Européias antes de se mover para o Brescia, na Itália.
“É o homem certo para o cargo, mas até mesmo a pessoa mais otimista não poderia imaginar que as coisas iriam correr tão bem. É muito calmo, não deposita muitas responsabilidades nos ombros dos jogadores", diz Xavi. "Encoraja-os a divertirem-se em campo e aproveita ao máximo a vida privilegiada que temos. Pep destaca a manutenção da posse da bola e a sua circulação rápida. Dá três ou quatro ideias-chave sobre o adversário, como vai jogar e como temos que reagir. A conversa não dura mais que dez minutos. Acima de tudo, foca-se nos conceitos”.
Questionado se o sucesso do Barcelona seria algo passageiro, Xavi rebateu, exaltando o talento dos jogadores e deixando de lado o conceito de que a vitória está relacionada apenas à força.
"Não creio que o nosso estilo de jogo tenha passado de moda. O talento é o aspecto-chave no futebol moderno. A habilidade natural e o talento são mais valiosos que a força física. Podem colocar em campo 11 jogadores fortes fisicamente, mas isso não será suficiente para vencer. Tem sido sempre assim ao longo dos anos", concluiu o jogador.
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Benê Lima