Instrumento criado pela prefeitura da cidade dará notas para projetos infraestruturais ligados aos dois megaeventos
Equipe Universidade do Futebol
Se a palavra “legado” compõe o discurso da maioria dos políticos e dirigentes envolvidos com a organização de grandes eventos, nada mais interessante do que uma ferramenta para se medir a viabilidade real de cada uma das obras realizadas para atender aos anseios e projetos. No Rio de Janeiro, a prefeitura local anunciou que a qualidade das ações estratégicas desenvolvidas para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 passarão pelo "legadômetro".
O instrumento utilizará de quatro critérios de avaliação para cada um dos projetos para avaliar seu impacto nas áreas de transporte, infraestrutura urbana, ambiental e desenvolvimento social.
Em anúncio na última sexta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, revelou que uma comissão foi montada por intermédio de um decreto para tal função. O “legadômetro” tem uma escala que varia de 1 a 5, sendo que o primeiro patamar representa um projeto com impacto negativo, ao passo que o nível mais alto significa que a obra terá impacto positivo durante os Jogos e no longo prazo.
“É um instrumento de constrangimento. Todos os projetos serão avaliados pelo 'legadômetro'. É preciso se ter clareza sobre aquilo que vale a pena para a cidade”, afirmou Paes.
“Se ficar no vermelho (o nível do legadômetro), vamos ter que repensar, melhorar o projeto. Trata-se de uma reflexão com relação à cidade”, acrescentou.
A prefeitura já iniciou obras e licitações para obras de infraestrutura urbana, viária, corredores de tráfego, além de atuações nas áreas social e ambiental, de acordo com o prefeito. Após o primeiro ano de preparação da cidade para a Olimpíada, um balanço foi realizado. O próximo será feito em junho de 2011.
“É uma iniciativa extremamente positiva para mostrar à população o andamento das obras e os benefícios que vão ter, além das próprias obras civis”, indicou Carlos Arthur Nuzman, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e chefe da organização dos Jogos.
A estimativa dos organizadores é que, no próximo ano, serão gastos 2,6 bilhões de reais nas obras para os Jogos de 2016. Os recursos proveriam dos tesouros federal, municipal e de outros financiamentos.
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Benê Lima