Entrevista / Por Ronaldo Déber
BENÊ LIMA
Nova publicação em 10/08/2010 às 22h12
“Sou um autodidata convicto. Mas não faço rejeição alguma ao estudo formal, pelo contrario sou um incentivador. Porém, reconheço que um bom autodidata precisa possuir uma sólida base como discente, pois, é ai que a informação adquirida vai interagir com as capacidades inatas e também com as adquiridas, resultando no saber”.
CONFIRA A ENTREVISTA
Homem de radio e do esporte, Benê Lima é figura conhecida no cenário esportivo cearense, por suas opiniões e comentários polêmicos sobre o “mundo da bola”. Inteligência privilegiada, rapidez de raciocínio, tranqüilo, porém firme em suas colocações.
Estas são algumas das facetas deste autodidata que flutua entre o estudo e a criação. “Sou um autodidata convicto. Mas não faço rejeição alguma ao estudo formal, pelo contrario sou um incentivador. Porém, reconheço que um bom autodidata precisa possuir uma sólida base como discente, pois, é ai que a informação adquirida vai interagir com as capacidades inatas e também com as adquiridas, resultando no saber”, afirma Benê.
Membro da organização místico-filosófica e iniciática, Ordem Rosacruz, há trinta e um anos, Benê atribui a essa proveitosa relação com a organização sua visão humanista e holística vivida no ambiente da filosofia mística.
Foi tomando por base recente convite internacional feito ao radialista, comentarista e âncora como ele mesmo se classifica que “batemos este papo” informal.
Artilheiro – Benê Lima, você é um comentarista “das coisas do Esporte” em especial do cearense. Qual a fonte de sua experiência na área esportiva?
Benê Lima - A base da minha experiência é a observação aliada ao estudo. Repito, me considero, essencialmente, um autodidata. Mas um autodidata que possui uma muito boa base formal, a ponto de ter podido formular um caminho de autodescoberta, e o que é melhor, a baixo custo. Um bom exemplo disto é a experiência teórica vivida no cotidiano por nossos clubes, somada à experiência prática obtida no Caucaia [Caucaia Esporte Clube].
Recebendo homenagem pelo trabalho realizado no clube
Uma outra experiência que tem tido boa visibilidade é a em que ele acumula os cargos de coordenador técnico, relações públicas e diretor superintende da Liga [Liga Cearense de Futebol Feminino], ao lado do professor Sérgio Ricardo [presidente da entidade]. “Demos um bom impulso no crescimento da entidade, direcionando o nosso trabalho para o aspecto educacional e social”.
Artilheiro – Com se deu o fato da sua escolha, para uma atividade como a de “Expert Commentator”?
Benê Lima Penso que o mais decisivo foi nossa atuação no Chat trilingüe promovido pela coordenação do Desafio Nike Futebol, do Changemakers Ashoka do qual participamos, ocasião em que pudemos colaborar com inovações, idéias que representam acréscimos em relação aos projetos já divulgados. (Projetos do Desafio Transformando Vidas através do Futebol, emitindo pareceres, orientações e feedback sobre os mesmos, desse modo contribuindo para a iniciativa promovida e organizada pelo Consórcio Nike e Ashoka).
Artilheiro – Explique para o nosso internauta, o que é um “Expert Commentator”?
Benê Lima - O “Expert Commentator”, pelo que pude sentir, deve reunir algumas precondições que o permitam realizar uma análise criteriosa dos projetos, e, além disto, somos pensadores que devemos compartilhar nossos conhecimentos e competências, oferecendo feedback sobre a forma como os cidadãos podem estimular as transformações sociais, orientando-os quanto às mudanças para que possam construir comunidades mais cooperativas e fortes.
Artilheiro – Qual a relação existente entre sua atividade como radialista da área esportiva e a nova atividade que o espera?
Benê Lima - Relação direta mesmo, nenhuma. Mas, sem dúvida, quase toda minha trajetória de vida tem relação com o cargo, e mais ainda com as atividades a ele inerentes.
Minha visão de mundo tem como mais forte viés o aspecto humanista. Afora isto, minha trajetória no rádio e no esporte sempre foi pautada pelo aspecto educacional e pela difusão da informação e do conhecimento, até como maneira de oferecer aos ouvintes menos aquinhoados uma contrapartida em troca da audiência com que eles [ouvintes] nos brindam.
E, finalmente, essa mesma formação humanista (místico-filosófica) me colocou na vanguarda das mudanças que estão sendo processadas nos esportes, sobretudo no futebol. E, é bom que seja ressaltado, essas mudanças não excluem os esportes de alto rendimento, entre os quais o futebol profissional se encontra.
Em sua marcante atividade como homem de imprensa
Artilheiro – Explique melhor como estas mudanças podem ser feitas.
Benê Lima - Tomemos, por exemplo, o futebol amador. Podemos fazer do futebol amador um celeiro muito mais produtivo de talentos. E como isto pode ser feito? Estruturando o futebol amador. Essa é a nossa idéia. A idéia em si não traz nada de original [eu sei!]. Mas o grande pulo do gato está em executar a idéia.
Para não ficarmos só no distante campo dos sonhos, é importante dizer que eu mesmo tenho um pré-projeto para a criação de uma entidade nacional em nosso estado que represente e busque nela agregar as principais iniciativas do futebol amador. Aliás, posso até dizer que isto já está em andamento. E nesse pré-projeto há a previsão de se buscar apoio para ele nas três esferas [municipal, estadual e federal], exatamente para que tenhamos condição de dar sustentabilidade a esse surto desenvolvimentista do futebol amador que nós pretendemos alcançar. Claro que tudo começaria por aqui [no estado do Ceará].
Na condução dos trabalhos do 1º Seminário Cearense de Futebol Feminino
A nossa idéia seria fazer com que as competições amadoras adotassem o modelo preconizado pela FIFA e CBF, com o aval e o comprometimento da federação [FCF], no que se refere ao cumprimento de um calendário. E desse modo, nossa expectativa é de que criaríamos novas perspectivas para atletas e também para os profissionais da área.
Portanto, organizar, disciplinar e estruturar as competições amadoras seria uma tarefa e um desafio que enfrentaríamos. Só assim, o futebol amador cresceria como o verdadeiro berçário do futebol profissional, desonerando os clubes, principalmente, no nosso caso, Ceará e Fortaleza, que serviriam de desaguadouro da melhor parte desta mão-de-obra.
Dentro dessa nova perspectiva, os agentes que possibilitariam essas mudanças seriam todos os profissionais da área, e desse modo teríamos que cuidar da qualificação desses profissionais. Assim, veríamos o futebol amador, em tese, como sendo o estágio inicial do futebol profissional. E por conseqüência, também estaríamos estimulando [mesmo que timidamente] até o crescimento da demanda nas instituições de ensino superior, bem como a criação de novos postos de trabalho, situação que daria certo reflexo positivo ao próprio mercado. Repito, estas mudanças devem alcançar a todos. A orientação geral dos gestores [ou atores] do mundo do futebol deve ser o alvo principal das mudanças. Isso inclui, obviamente, a administração dos nossos clubes, a administração da federação [FCF] e a crônica esportiva. Essa necessidade se dá em razão da escassez do capital intelectual na área esportiva para pensarmos nossos próprios projetos, para criarmos soluções alternativas moldadas na nossa realidade, e assim não precisaríamos importar modelos que não tenham afinidade com a nossa economia e com a nossa cultura.
Agora mesmo recebemos um convite para participarmos de um Laboratório de Gestão Esportiva (Lab-GE), que está sendo organizado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Esta iniciativa vem ao encontro daquilo que nós mais reivindicamos para o futebol cearense há mais de sete anos: um repensar do nosso futebol.
Participações no Laboratório de Gestão Esportiva na UECE e em competição de futsal promovida pela Liga Cearense de Futebol Feminino (LCFF) no Dia Internacional da Mulher
Artilheiro – Essa é uma posição de quem se quer progressista, ou é simplesmente uma maneira de chamar a atenção para si?
Benê Lima - Eu diria que nenhuma dessas opções sintetiza com acerto minha visão. Sou neoprogressista quanto às idéias [costumo repetir isso], mas conservador quanto aos valores. Mas, por outro lado, a revolução que acredito e que defendo é a do conhecimento [das idéias], rejeitando todas as outras derivadas da força e das armas.
Se você fala de meus arremedos de projetos e idéias sobre o futebol, aí posso dizer que hoje tenho uma visão mais social e menos fragmentada do esporte. Quero contribuir mais e mais para que tenhamos uma visão intertransdisciplinar do futebol, criando relações sistêmicas entre suas categorias e subcategorias, entre o amador e o profissional, por exemplo.
Quanto a chamar a atenção, quem não gosta que se lhe dê importância?! Como todo ser humano, também me permito exercitar um pouquinho da minha vaidade imanente, mas sou vigilante no sentido de guiá-la para fins construtivos.(Risos)
Assim é Benê Lima, amigo e colaborador de Artilheiro, mostrando sua visão futurista e humanística sobre o futebol, em especial o local. Como vimos suas idéias ultrapassaram as fronteiras nacionais e quebrantaram barreiras, provando que o intelecto não é regionalizado: é globalizado ou universalizado - como queiram.
Finalizamos parabenizando-o pelas suas recentes conquistas e desejando-lhe o máximo de sucesso nesta nova empreitada.
Fotos de seu arquivo pessoal
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