Célio Yano, de EXAME.com
Getty Images
Maior parte dos 2 milhões de usuários do Facebook na Alemanha são jovens
SÃO PAULO - Alunos de escolas do estado de Renânia do Norte-Vestfália, na Alemanha, passarão a ter aulas sobre como lidar com redes sociais como Facebook e Twitter. A ideia do governo local é conscientizar os estudantes sobre os riscos que eles correm ao revelar informações pessoais na internet.
"Nosso objetivo é mostrar que a internet não apenas oferece chances e oportunidades, mas que também tem riscos que os estudantes precisam entender para exercer autonomia em relação à mídia digital", disse a secretária de mídia do estado, Angelica Schwall-Düren, em uma entrevista ao jornal WAZ. "Muitos jovens não têm noção sobre a quantidade de detalhes que expõem sobre si mesmos na internet", disse a secretária.
O sindicato de professores do estado reagiu ao anúncio com um misto de interesse e cautela, afirma o Der Spiegel Online. "O modo como se portar no mundo virtual e como usar as novas mídias já são tópicos em nossas escolas", afirmou o representante local da entidade Michael Schulte. Ele disse que percebe diferenças culturais entre a geração dele e de seus estudantes com a chegada das novas mídias, por isso teme que professores possam não estar preparados para a nova iniciativa.
Empresas como o Facebook e o Google têm sido alvo de muitas críticas na Alemanha, onde o governo se mostra preocupado em relação ao que as companhias fazem em relação aos dados de usuários. Entre os mais de 2 milhões de usuários do Facebook no país, a maior parte é formada por jovens, diz o Der Spiegel.
Problemas referentes à privacidade são discutidos ao redor de todo o mundo à medida que as redes sociais ganham espaço na internet. Na Alemanha, no entanto, a questão ganha contornos diferentes, em parte por conta de aspectos culturais. "A Alemanha tem uma experiência histórica muito especial de invasão de privacidade, com a dupla ditadura, nazista e depois comunista", declarou à AFP Falk Lüke, especialista de internet da associação de consumidores VBVZ.
O Google, por exemplo, enfrenta dificuldades para lançar o serviço Street View no país, principalmente depois de admitir que armazenou dados privados de usuários de redes Wi-Fi durante o período de coleta de fotos panorâmicas das ruas da cidade.
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Benê Lima