Por Chico Andrade
Em artigo recente comentei sobre a grande novidade que aconteceu no futebol nacional, quando a atual diretoria do Santos FC, ao contrário da anterior que optava por “fatiar” o atleta, resolveu encontrar uma maneira de manter seu ídolo por aqui, por mais alguns anos.
Primeiro explico esse “fatiar” o atleta. Significava em último recurso, negociar o contrato original, dando uma participação para o próprio atleta, vendendo outra parte para algum (ns) empresário (s) e o clube ficando com uma parte menor sobre a provável venda futura. Ou seja, a vitrine não faturava o que poderia faturar.
Assim foi com André, e outros 11 atletas que estavam no Santos FC.
A era do fatiamento está com os dias contados. Um time de futebol é a vitrine do atleta. A torcida desse time sustenta financeiramente com suas compras de ingressos e outros produtos com a imagem desse clube (e aqui o bicho ainda pega…). Um ídolo nascido na base do clube é uma das grandes oportunidades de fazer dinheiro de todos os lados. Nos jogos, nos produtos e posteriormente em sua venda.
Não vou comentar aqui os erros da Lei Pelé, que nasceu para acabar com a escravidão do atleta no clube e acabou por criar outra espécie de escravidão que é a dos empresários.
Existe uma diferença entre empresário e agente de jogador. São pessoas que deveriam se preocupar em orientar o atleta e sua família. E, não simplesmente tentar obter somente vantagens financeiras, já que a maioria deles (empresários) ganham sobre as vendas.
Mas, o “caso Neymar” é o fato que pode mudar tudo isso. O gerenciamento da carreira dele feita pelo próprio clube, proporcionará ao clube mantê-lo evitando sua precoce saída.
Mas isso ainda é o início de uma nova fase.
Outro caso é o atleta Ronaldo (fenômeno) que o Corinthians repatriou. Na época, cantado em verso e prosa como um dos fatos mais significativos do Marketing Esportivo tupiniquim.
Acontece que a primeira vista, o negócio foi realmente bom para o clube. Só que em uma análise mais profunda percebe-se que o Corinthians está perdendo a maior chance em projetar o nome do clube internacionalmente deixando de fazer jogos no exterior com a participação de Ronaldo e Roberto Carlos. Ou seja, de faturar ainda mais. E de se projetar. Tornar-se conhecido em outras praças.
A CBF tem parte de culpa nesse assunto com a proibição do amistoso que o clube faria com o Real Madrid. Não entendo como a CBF não percebe que projetando o Corinthians lá fora, projetaria outros clubes nacionais que atualmente pouco ou nada aproveitam essa ferramenta que seriam os amistosos fora do país.
Nos áureos tempos do Santos FC e do Botafogo do Rio (anos 60 e 70), os clubes nacionais trocavam suas participações, na taça Libertadores, para poder excursionar e assim manter os seus caixas com essa fantástica receita extra.
Ainda no caso Neymar, eu se fosse a diretoria do Santos FC, marcaria imediatamente uma excursão para a Inglaterra, marcando uns dois ou três jogos, para mostrar aos ingleses o que o Chelsea perdeu.
Confesso que andava preocupado com a escalação de Neymar e Ganso pela Seleção porque com essa vitrine, dificilmente os atletas ficariam por aqui. Agora, depois do que aconteceu, fico mais tranqüilo porque sei que vão tomar a mesma atitude (gerenciar a carreira) com o Ganso.
Portanto o uso correto do uso da imagem. E todos (clube, torcedores e clube) ganham.
Outro fato é o não entendimento ainda do que o Licenciamento pode trazer para os clubes.
Esse é um tema apaixonante e com ele uma fonte poderosa de receita está sendo deixada de lado. Como o assunto é mais complexo, prometo outro artigo, outro dia.
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Benê Lima