Fedato Esportes – Consultoria em Ciências do Esporte
Antonio Carlos Fedato Filho
Guilherme Augusto de Melo Rodrigues
O Futebol está em uma constante evolução. Quando falamos do passado, podemos dizer que predominava a classe e a habilidade dos atletas, porém se formos analisar atualmente podemos constatar o quanto a condição física dos atletas ganhou importância dentro da modalidade. Pensando dessa forma podemos afirmar o quanto o
árbitro necessita de um bom preparo físico para conseguir conduzir da melhor forma a partida, tendo em vista que, ele não tem o direito de errar.
O árbitro dentro da partida, diferente do atleta de futebol, somente será substituído em raríssimos casos e de contusão grave, desloca-se constantemente dentro dos 90 minutos da partida e deve se manter sempre perto do lance, bem posicionado para uma tomada de decisão precisa.
Analisando alguns estudos um atleta de futebol percorre entre 9 a 12 km por partida, enquanto um árbitro percorre 10 a 12 km em média. Conforme dados obtidos pela, Romano e Martins Esportes e Fedato Esportes Ltda. analisando os árbitros do quadro que atuaram na Série A1 do Campeonato Paulista entre o ano de 2005 a 2010. O número diminuiu em relação aos anos anteriores, que chegaram a apontar até 12 km, devido ao melhor posicionamento dentro da partida.
No gráfico acima observamos, através do GPS, a monitoração de um jogo do campeonato paulista entre Palmeiras e Ponte Preta do arbitro Rodrigo Bragueto mostrando o comportamento da freqüência cardíaca (linha vermelha) e velocidade dos deslocamentos no jogo (linha Azul).
Observamos no gráfico que a freqüência cardíaca média esteve por volta de 170 BPM atingindo máximas de 190 BPM, com velocidade média de 8,5 km/h atingindo velocidades máximas de 21 km/h.
Dados coletados pela Fedato Esportes LTDA – Consultoria em Ciências do Esporte
No gráfico acima observamos, através de um GPS, o deslocamento e posicionamento do arbitro Rodrigo Bragueto dentro de campo em uma monitoração do jogo entre Palmeiras e Ponte preta do Campeonato Paulista, podemos observar o posicionamento do árbitro bem próximo do proposto pelos trabalhos técnicos.
Neste jogo o arbitro percorreu uma distância de 11350 metros dentro da partida, volume bem próximo do volume percorrido pelos atletas de futebol.
Dados coletados pela Fedato Esportes LTDA – Consultoria em Ciências do Esporte
Se analisarmos um atleta de futebol, ele possui uma característica muscular muito mais elevada do que a de um árbitro, possibilitando assim uma imposição de ritmo de jogo mais acentuado. Pensando dessa forma que desde 1999 a empresa Romano e Martins Esportes deu início à preparação física para a arbitragem da Federação Paulista de futebol e posteriormente uma nova fase da preparação física foi implementada pela empresa Fedato Esportes Ltda. e trabalhando ao lado da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol e da Escola de Arbitragem “Flávio Iazzeti” Atingiram as melhores marcas quando falamos em preparação física na arbitragem sempre buscando a excelência na arbitragem de futebol.
Pensando nesse projeto foi traçado um objetivo de buscar uma condição física para os árbitros semelhante a dos atletas profissionais, para essa evolução foram criadas algumas estratégias para aprimorar, otimizar e auxiliar o arbitro nessa nova etapa da preparação física na arbitragem. Alguns pontos foram:
- Regionalização – foi criado um projeto de regionalização das avaliações físicas e treinamentos que envolvam o quadro de arbitragem, proporcionando assim com que o árbitro não precise sair de sua região para a realização das atividades e estreitando assim o contato entre os profissionais da preparação física com o quadro de arbitragem, tornando assim uma relação bem mais próxima e confiante.
- Teste Físico Padrão FIFA (2 vezes por ano) – teste padronizado pela FIFA, no qual avalia se o árbitro está ou não apto fisicamente para exercer a função de arbitrar. Esses testes também são realizados no formato de simulado aos alunos da Escola de Arbitragem, através dos simulados fazemos com que os alunos tenham a oportunidade de vivenciar essa prova física que é um dos fatores de aprovação dentro do curso de arbitragem.
- Teste COFES (Coeficiente Físico Específico) – teste criado para analise das variáveis físicas que envolvem a atividade como percentual de gordura, resistência aeróbia e variáveis da velocidade, através desses valores é estipulado as cargas para o trabalho nas planilhas de treinamento e além disso há uma pontuação referente a cada variável analisada na qual tem fator importante na pontuação do Ranking da Arbitragem;
A figura acima representa um exemplo do relatório enviado para a comissão de arbitragem pela Fedato Esportes LTDA – Consultoria em Ciências do Esporte com os dados individuais e classificação da avaliação COFES,
- Planilha de Treinamento Mensal – planilha desenvolvida individualizando o treinamento físico do arbitro estando dentro do volume e intensidade necessários para uma evolução física, além de prescrição do aquecimento, alongamentos, reposição energética e trabalhos na musculação para prevenção de lesões em jogos e treinamentos;
A figura acima representa um exemplo de planilha de treinamento de uma semana, disponibilizada para o quadro de árbitros da Federação Paulista de Futebol pela Fedato Esportes LTDA – Consultoria em Ciências do Esporte.
- Site Informativo – site que orienta os árbitros no controle dos treinamentos, disponibiliza downloads das planilhas de treinamento e outras ferramentas que irão auxiliar o arbitro em suas atividade tornando cada vez próxima a relação arbitro e preparação física;
- Programação dos Trabalhos Físicos – foi criada uma programação, na qual as atividades que envolvem o quadro de arbitragem são distribuídas de forma organizada anualmente, fazendo com que consigamos analisar e controlar a evolução do quadro de arbitragem;
Nestes anos em que a preparação física foi posta em prática, ficou evidente a evolução física do quadro de arbitragem, sem contar ainda com a conscientização do árbitro perante a necessidade de um trabalho físico constante fazendo assim com que tenha continuidade dentro da programação de treinamentos.
- Monitoração das Partidas – Durante as partidas do Campeonato Paulista, alguns árbitros são monitorados pelos profissionais da preparação física, para esse tipo de trabalho é utilizado um GPS, que nos indica a Distância, Velocidade Média e Máxima que o árbitro percorre no jogo, também é controlada a Glicemia para analise dos níveis de estoque de energia que o arbitro terminou a partida e é analisado o peso do árbitro antes e depois da partida para analise da perda hídrica e necessidade de hidratação e suplementação.
Observamos em alguns anos de trabalho que em relação a volume de jogo o arbitro teve uma grande evolução, saindo de uma distancia média de 9000 metros por jogo, chegando, nesses anos a 12000 metros. Nos últimos três anos essa distância veio diminuindo chegando a média de 10500 metros por jogo devido a evolução técnica e
melhor posicionamento em campo.
A intensidade se comportou inversamente, o volume se tornou menor mas a intensidade média que era próxima de 9 km/h passou a ser em média 12 km/h, mostrando que o jogo se tornou mais intenso acompanhando a evolução da condição física dos atletas.
- Perfil Nutricional – Desde a entrada do árbitro na escola de arbitragem, o mesmo realiza uma avaliação nutricional que mostrará seu perfil de macro e micro nutrientes dando uma noção de gasto e ingestão calórica e qual a melhor direção a ser tomada.
Após as novas instruções da FIFA em relação as linhas de trabalho, uma ação que trouxe uma nova “cara” aos trabalhos da preparação física dos árbitros foi a dos trabalhos integrados, que visam uma evolução física e técnica sem a fragmentação dos trabalhos. È importante esse tipo de atividade, pois o trabalho é otimizado e as
monitorações dos mesmos vêem para indicar se as valências físicas propostas na montagem da programação do trabalho atingiram o objetivo.
Na Federação Paulista de Futebol desde a temporada de 2009 já foi implantado o treinamento integrado de uma forma que todos os árbitros do quadro passam pelos treinos divididos em turmas durante todo o ano, trabalhos visando a melhora técnica, posicionamento e acerto nas tomadas de decisões sempre o mais próximo possível da realidade de jogo, com simulações de jogadas realizadas por atletas e sempre com um componente físico dentro dos trabalhos técnicos, tornando o treino bem mais real e próximo das situações que irão encontrar no jogo.
O trabalho integrado, através das monitorações de treinamento e jogos, nos mostrou que o árbitro além de estar muito melhor condicionado fisicamente devido aos trabalhos físicos específicos de jogo também estão cumprindo as instruções técnicas com muito mais qualidade fazendo com que a distância percorrida no jogo diminua devido ao seu melhor posicionamento no campo e conseqüentemente poupando mais energia para os principais lances da partida.
Esse formato de trabalho foi aplicado em toda a pré-temporada visando preparar o árbitro para o campeonato paulista. A pré temporada foi programada com base nos trabalhos realizados pela FIFA mesclados com os trabalhos integrados da Federação Paulista de Futebol, sendo que todos os treinos foram monitorados com GPS para observarmos o volume e intensidade dos treinos, fotocélulas para monitorar a queda de rendimento durante o trabalho, monitoração de biomarcadores sanguíneos para analisarmos as vias energéticas utilizadas durante as sessões de treino e mais diversos materiais e equipamentos que auxiliaram nos trabalhos das diversas variáveis
específicas do condicionamento físico da arbitragem.
A figura acima representa um relatório individual do aproveitamento de um treino integrado realizado na pré-temporada preparatória para o Campeonato Paulista de futebol com todas as variáveis analisadas e classificadas em relação aos valores de referência do banco de dados da Fedato Esportes LTDA – Consultoria em Ciências do
Esporte.
As figuras acima mostram alguns exemplos de relatórios de controles de treinamentos realizados na pré-temporada, informações enviadas para a comissão técnica e posteriormente discutidas para facilitar a leitura do treinamento. Figura 1 – Distância percorrida no treino; Figura 2 – Percepção subjetiva de esforço do arbitro ao
treinamento; Figura 3 – Controle sanguíneo do nível da reserva energética que o arbitro terminou a sessão de treino e Figura 4 – controle da queda de potência muscular dentro do treinamento. Monitorações e relatórios enviados pela Fedato Esportes – Consultoria em Ciências do Esporte.
Os árbitros do quadro de arbitragem se encontram cada vez mais bem posicionados e conseguem acompanhar o ritmo que os atletas de futebol impõem dentro de uma partida, fazendo assim com que o erro seja minimizado.
A tendência de evolução física para o futebol é evidente, cabe uma conscientização perante a necessidade de um trabalho físico constante fazendo assim com que o árbitro tenha continuidade dentro da programação de treinamentos e consiga acompanhar essa evolução.
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Benê Lima