Por José Arthur
Contratar pessoas é uma das funções mais importantes na empresa. A “boa” contratação pode significar a manutenção da qualidade dos serviços prestados internamente e da qualidade da manutenção dos negócios da empresa.
Nas Empresas Esportivas, que essencialmente são prestadoras de serviços, a contratação de pessoal é fundamental para a qualidade dos negócios.
Como o mercado esportivo ainda não está totalmente formatado, e por conta das demandas futuras ainda temos muito que progredir, devemos a cada dia deixar de lado a máxima de contratar por indicação. Essa prática é muito utilizada e supomos que por conta da falta de processos de gestão que auxiliem na contratação de pessoal de esportes e da baixa procura aos anúncios de vaga em publicações como jornais e internet.
Não tenho conhecimento de nenhuma pesquisa focada em contratação de pessoal na área de esportes, e por conta disso, tenho que colocar o meu conhecimento tácito sobre o assunto nos mais de vinte anos como Gestor de Esportes.
Devemos, ao contratar pessoal da área de esportes, levar em consideração alguns detalhes:
1º Formação: Dependendo da quantidade de anos que separa o candidato da sua graduação ela ainda o influenciará fortemente, e a esta situação deve se agregar os cursos de extensão, lato sensu e strictu sensu, cada qual com seu peso e importância. Cada escola tem sua política de formação e de incentivo a pesquisa, e conforme o perfil da vaga a ser preenchida devemos atentar ao fato de um candidato com perfil mais prático ou de um perfil mais pesquisador. Se o candidato demonstrar estes dois perfis, ou seja, um prático pesquisador, com certeza você está em frente a um talento na área. Para que seja detectado o perfil, sugerimos:
2º Seleção Teórica: O “teste de conhecimentos” deve estar focado ao perfil da vaga a ser preenchida. Em alguns casos a redação com tema sobre os resultados que o candidato pretende alcançar se contratado pode revelar posturas interessantes do candidato seja para contratá-lo ou não.
3º Seleção Prática: Se a vaga em questão é de Professor, é indiscutível a realização de teste prático. Com um tempo mínimo de 15 minutos de “aula teste” e máximo de uma hora, o candidato deverá demonstrar habilidades e competências para controlar um grupo de alunos. Neste teste é muito importante que haja um grupo de alunos para participar do teste sabendo do que está acontecendo naquela aula.
4º Resultados obtidos: Devemos considerar as notas dos dois primeiros testes de seleção e calcular uma média entre as duas. Minha sugestão é que o peso seja igual do teste teórico para o teste prático. Mas o selecionador poderá estabelecer outros percentuais para cada nota.
5º Entrevista: Selecionados os melhores candidatos na teoria e na prática, a entrevista com as pessoas que vão coordenador os trabalhos do candidato quando contratado é muito importante. Confirmar as atividades dispostas no currículo apresentado, experiência anterior do candidato na função (vale lembrar que por Lei só podemos cobrar do candidato seis meses de experiência anterior) e seu projeto de vida podem classificar melhor os candidatos.
6º Classificação: É de extrema importância que os candidatos sejam classificados já que durante a contratação do vencedor do processo seletivo poderão acontecer problemas documentais ou até da desistência da vaga.
Vale a pena todo este trabalho? Esta pergunta deve ser muito considerada e vale uma reflexão. Para empresas que prestam serviços, o principal bem passa a ser o agente de prestação deste serviço que é o Professor. Conforme sua atuação no mercado a empresa estará ou não evoluindo. Esta dedicação inicial ao processo seletivo poderá influenciar de maneira positiva a cultura da empresa e assim elevar os resultados.
Quanto aos cargos de confiança eles ainda têm um espaço importante nas estruturas empresariais principalmente quando falamos de gestores de esportes e lazer.
Mesmo assim, um olhar mais detalhado sobre o currículo do indicado, e principalmente sobre a relação que o gestor deixou nas suas últimas empresas pode ser vital para o sucesso de todo o esforço na mudança ou na continuidade de gestão do setor ou da empresa.
O mercado de esportes, de forma geral, deve ser mais profissional e deixar de lado as indicações para cargos de professores e também o medo de gestores não proprietários de contratar outros gestores para funções menores e assim criar concorrência interna. A cada dia, os resultados da empresa devem ser mais valorizados do que estas posições pessoais e a ética entre o grupo de trabalho deve ser (re) formatada em prol do progresso do mercado de esportes e lazer.
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Benê Lima