Benê Lima

Árbitros acima de 30 anos são vetados pela CBF para o quadro nacional

A medida gerou polêmica, mas baseia-se nas exigências físicas do futebol moderno

Equipe Universidade do Futebol

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) instituiu que somente profissionais com até 30 anos - antes era até 35 - podem ingressar ou reingressar no quadro nacional de árbitros para apitar jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. O prazo para as Federações Estaduais encaminharem a relação à CBF expirou na tarde da última sexta-feira, às 19h.

A medida gerou polêmica. "Ela só vai prejudicar a carreira dos árbitros. Não faz sentido. Vários assistentes e árbitros já querem abandonar a carreira, já que quem tiver mais de 30 anos e não fizer parte do quadro nacional só pode apitar jogos dos estaduais, que duram apenas três meses", declarou o presidente da Federação Pernambucana, Carlos Alberto de Oliveira.

A CBF distribuiu, em dezembro de 2009, uma circular com as novas diretrizes para aqueles que almejam entrar no quadro nacional. De acordo com o documento, os árbitros devem ter, no mínimo, 21 anos completos e, para ingresso ou reingresso, 30 anos, no máximo. Além disso, é necessário ter sido aprovado nos testes físicos e na avaliação teórica elaborada pela comissão de arbitragem da CBF, e atuado em partidas da primeira divisão nos últimos dois anos.

A resolução não afeta o árbitro com mais de 30 anos que já faça parte do grupo. "Mas, se ele não passar no teste físico, será cortado do quadro nacional e pode ter de encerrar a carreira", explicou o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação do Rio, Jorge Rabello. "A ruptura de cinco anos (de 35 para 30 anos) é um desastre. Em países da Europa, os árbitros começam até com 16 anos", lamentou.

Na visão do ex-árbitro Antônio Pereira da Silva, instrutor da Fifa e presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Goiana, a faixa entre 28 e 33 anos é o momento da afirmação profissional. "Isso vai matar muitos valores", opinou.

Contudo, o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista, coronel Marcos Marinho, afirmou que a medida vai afetar pouco os árbitros de São Paulo. Dos 16 que serão indicados, apenas dois estão ingressando. Ele é um dos que apóia a determinação. "No futebol moderno, o grau de exigência é muito grande. O árbitro precisa acompanhar todos os lances em cima. Então, a idade pesa", posicionou-se Marinho.