A profissão de técnico de futebol nos Estados Unidos é bastante assediada por brasileiros. Por um lado, a qualidade do profissional brasileiro é inquestionavel. Por outro, a atração às condições de trabalho na América do Norte também deixa pouca dúvida.
Na minha concepção, são quatro as possibilidades de trabalho: no nível profissional, no nível universitário, no nível de high school, e no nível de clube.
As agremiações profissionais funcionam como no Brasil, e as transações entre clube e técnicos são feitas por agentes e restringem bastante o acesso de um jovem ingressado na carreira sem muita experiência.
Enxergo a porta de entrada para uma carreira de técnico nos EUA por um caminho bem específico: o cargo de assistente graduado de universidades (graduate assistant coach). Isso porque esse cargo envolve a ida do jovem aos EUA a fim de fazer o mestrado e, a partir daí, resolver os dois principais empecilhos ou dificuldades de se trabalhar nesta localidade: o domínio da língua e o visto de trabalho.
É facil para o leitor entender que um jovem que queira trabalhar como técnico nos EUA (seja em universidade, high school, clube, ou até no profissional) tem que falar o inglês e estar legalmente apto a trabalhar no país.
Mas uma exigência a mais entra na equação: a maioria das oportunidades de trabalho aqui exige formação acadêmica.
Portanto, a solução está na posição de graduate assistant coach. Grande parte das universidades aqui oferecem essa posição. Os (as) jovens que exercem essa função recebem bolsa de mestrado, e normalmente moradia e alimentação para ajudarem a comissão técnica a desenvolverem seu trabalho dentro e fora do campo de futebol (há funções administrativas, monitoramento acadêmico de atletas, recrutamento, etc., que se juntam às funções clássicas de treinos e jogos).
A vantagem de se exercer o cargo de graduate assistant coach é que muitas universidades aceitam jovens com um nível de ingles menos aprofundado que exigiriam da comissão técnica. Assim, durante os estudos de mestrado, os (as) jovens podem aprofundar o domínio da língua até se formarem. Mas o leitor tem que entender uma coisa: nenhuma universidade vai aceitar a vinda de um graduate assistant coach que não fale nada de inglês...
Normalmente o graduate assistant leva dois anos para se formar no mestrado. Uma vez isso acontecendo, eles (as) recebem o direito de trabalhar legal e automaticamente por um ano (esse processo se chama de OPT ou Optional Practical Training ou Treinamento Prático Opcional).
Durante esse ano de OPT, o treinador (a) pode trabalhar nas diferentes instituições (universidades, high schools, clubes) sem problemas. Neste periodo, o treinador (a) pode ser remunerado normalmente, de acordo com as leis trabalhistas americanas. Uma vez esse ano sendo completado, cabe ao empregador fazer o pedido de visto de trabalho (chamado de H1B) se estiver satisfeito com o desempenho desse (a) jovem. Daí uma carreira se inicia!
Mais uma vantagem da entrada no campo por esse processo é o fato de as leis trabalhistas serem bastante restritas. Quem não tem mestrado aqui tem chances muitíssimo menores de obter um visto de trabalho. Isso é porque quanto mais capacitado o trabalhador (a), maior a chance de visto.
A maneira de se ficar de olho em oportunidades para se trabalhar como graduate assistant é checar os websites que divulgam cargos abertos. Uma é página que divulga para as escolas da liga NCAA (National Collegiate Athletic Association of America). O endereço eletrônico é: http://ncaamarket.ncaa.org/search.cfm (use a palavra soccer na busca e veja os cargos abertos).
O outro site divulga escolas da liga NAIA (National Association of Intercollegiate Athletics): http://naia.cstv.com/member-services/careers/index.htm (clique na opção graduate assistant).
Boa sorte!
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Benê Lima