Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

As semelhanças não são meras coincidências

A crise do Palmeiras e a demissão de Muricy

Por Paulo Massini*

O jornal "O Estado de S.Paulo" publicou, no dia 28 de dezembro de 2009, um estudo sobre a saúde financeira dos clubes brasileiros, referente ao ano de 2008, realizado pela Casual Auditores.

Confesso que fiquei surpreso com o resultado: o Palmeiras é o clube grande de São Paulo que tem a menor dívida, R$ 55 milhões.

O São Paulo deve R$ 143,2 milhões, o Santos R$ 134,2 e o Corinthians R$ 118,2.

Este é o problema palmeirense que reflete dentro de campo: má qualidade de gestão dos seus recursos.

O clube tem um estádio muito bem localizado, dois centros de treinamento, um clube de campo inútil, e o seu maior patrimônio, 15 milhões de torcedores.

Mesmo assim, os seus dirigentes não conseguem transformar os bons números, inclusive o da sua dívida em recursos financeiros para as devidas contratações.

Em janeiro de 2011 o Palmeiras complerá seis anos de gestão pós Mustafá Contursi e o resultado é ruim.

Luiz Gonzaga Beluzzo foi eleito presidente e trouxe com ele uma idéia de modernização, não só do futebol, mas também do clube social.

Até o momento a Arena Palestra não saiu do papel e a gestão do futebol sob o comando de Gilberto Cipullo e Toninho Cecílio cometeu muitos equívocos.

Começou com a contratação de Vanderlei Luxemburgo.

Um ex-técnico ainda em atividade e muito centralizador.

Luxa mandou contratar Edmilson e Mozart. Eles custaram R$ 500 mil reais por mês enquanto vestiram a camisa palmeirense inflacionando a folha de pagamento.

Com eles vieram outros:Jumar, Sandro Silva, Jeferson e Marcão.

Luxemburgo não fez questão de segurar o zagueiro Henrique, afinal ele tinha um substituto pronto para jogar.

Indicou e a direção contratou Gladstone.

Valdívia não queria sair, foi negociado a preço de banana porque Luxa acreditava que o chileno e Diego Souza não poderiam jogar juntos.

Kleber foi embora e o Palmeiras não fez o esforço devido para segurá-lo.

O presidente Beluzzo, renomado economista, mandou diminuir o orçamento do futebol em 30%.

Manda quem pode obedece quem tem juízo.

Com menos recursos, o torcedor do Palmeiras segue sendo iludido com as promessas de Kleber, Valdívia e outros nomes.

Quando Beluzzo demitiu Luxemburgo e arrumou a casa com Jorginho, o título brasileiro estava próximo.

Nova mudança de rumos com a contratação de Muricy Ramalho.

O time caiu de produção também pela falta de planejamento do elenco

O técnico no momento decisivo, não encontrou substitutos para Pierre, Cleiton Xavier e Maurício Ramos que se machucaram.

O resultado vocês já sabem qual foi: Muricy Ramalho demora muito para acertar os times que dirige.

Não teve e não terá este tempo no Palmeiras, pois foi demitido e levou com ele o gerente de futebol Toninho Cecílio.

Mais uma multa para a surrada folha de pagamento.

Muricy tem responsabilidade na queda do time em 2009 e no futebol ruim deste início de temporada.

No tempo em que permaneceu deixou claro, honesto como sempre foi, que não queria jogador meia boca da Traffic e afastou Marquinhos e outros.

Na base abriu diálogo com os técnicos do Junior e do Palmeiras B, aproveitou Gualberto que estava de saída , João Arthur e Gabriel Silva bons jogadores e no final perdeu a guerra fria com o Cipullo.

Como já vimos os dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras não conseguem transformar em recursos, seja humano ou financeiro, os seus valiosos bens.

Estádio próprio e bem localizado, a menor dívida dos grandes times de São Paulo, dois centros de treinamento, um clube social e outro de campo totalmente inútil, além do seu maior capital, os 15 milhões de torcedores ávidos por uma gestão decente e competente.

Ainda há tempo para correção de rumos.

Este grupo que comanda o futebol hoje, denominado MUDA PALMEIRAS, que nasceu com a marca da esperança de reorganização de um clube e de luta contra a tirania, precisa refletir, se unir e agir com inteligência e rapidez, para que o mal e seus asseclas mustafianos não retornem como um tsunami.

Mama mia!

*Paulo Massini é comentarista da Rede CBN de rádio.


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Benê Lima