A crise do Palmeiras e a demissão de Muricy
Por Paulo Massini*
O jornal "O Estado de S.Paulo" publicou, no dia 28 de dezembro de 2009, um estudo sobre a saúde financeira dos clubes brasileiros, referente ao ano de 2008, realizado pela Casual Auditores.
Confesso que fiquei surpreso com o resultado: o Palmeiras é o clube grande de São Paulo que tem a menor dívida, R$ 55 milhões.
O São Paulo deve R$ 143,2 milhões, o Santos R$ 134,2 e o Corinthians R$ 118,2.
Este é o problema palmeirense que reflete dentro de campo: má qualidade de gestão dos seus recursos.
O clube tem um estádio muito bem localizado, dois centros de treinamento, um clube de campo inútil, e o seu maior patrimônio, 15 milhões de torcedores.
Mesmo assim, os seus dirigentes não conseguem transformar os bons números, inclusive o da sua dívida em recursos financeiros para as devidas contratações.
Em janeiro de 2011 o Palmeiras complerá seis anos de gestão pós Mustafá Contursi e o resultado é ruim.
Luiz Gonzaga Beluzzo foi eleito presidente e trouxe com ele uma idéia de modernização, não só do futebol, mas também do clube social.
Até o momento a Arena Palestra não saiu do papel e a gestão do futebol sob o comando de Gilberto Cipullo e Toninho Cecílio cometeu muitos equívocos.
Começou com a contratação de Vanderlei Luxemburgo.
Um ex-técnico ainda em atividade e muito centralizador.
Luxa mandou contratar Edmilson e Mozart. Eles custaram R$ 500 mil reais por mês enquanto vestiram a camisa palmeirense inflacionando a folha de pagamento.
Com eles vieram outros:Jumar, Sandro Silva, Jeferson e Marcão.
Luxemburgo não fez questão de segurar o zagueiro Henrique, afinal ele tinha um substituto pronto para jogar.
Indicou e a direção contratou Gladstone.
Valdívia não queria sair, foi negociado a preço de banana porque Luxa acreditava que o chileno e Diego Souza não poderiam jogar juntos.
Kleber foi embora e o Palmeiras não fez o esforço devido para segurá-lo.
O presidente Beluzzo, renomado economista, mandou diminuir o orçamento do futebol em 30%.
Manda quem pode obedece quem tem juízo.
Com menos recursos, o torcedor do Palmeiras segue sendo iludido com as promessas de Kleber, Valdívia e outros nomes.
Quando Beluzzo demitiu Luxemburgo e arrumou a casa com Jorginho, o título brasileiro estava próximo.
Nova mudança de rumos com a contratação de Muricy Ramalho.
O time caiu de produção também pela falta de planejamento do elenco
O técnico no momento decisivo, não encontrou substitutos para Pierre, Cleiton Xavier e Maurício Ramos que se machucaram.
O resultado vocês já sabem qual foi: Muricy Ramalho demora muito para acertar os times que dirige.
Não teve e não terá este tempo no Palmeiras, pois foi demitido e levou com ele o gerente de futebol Toninho Cecílio.
Mais uma multa para a surrada folha de pagamento.
Muricy tem responsabilidade na queda do time em 2009 e no futebol ruim deste início de temporada.
No tempo em que permaneceu deixou claro, honesto como sempre foi, que não queria jogador meia boca da Traffic e afastou Marquinhos e outros.
Na base abriu diálogo com os técnicos do Junior e do Palmeiras B, aproveitou Gualberto que estava de saída , João Arthur e Gabriel Silva bons jogadores e no final perdeu a guerra fria com o Cipullo.
Como já vimos os dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras não conseguem transformar em recursos, seja humano ou financeiro, os seus valiosos bens.
Estádio próprio e bem localizado, a menor dívida dos grandes times de São Paulo, dois centros de treinamento, um clube social e outro de campo totalmente inútil, além do seu maior capital, os 15 milhões de torcedores ávidos por uma gestão decente e competente.
Ainda há tempo para correção de rumos.
Este grupo que comanda o futebol hoje, denominado MUDA PALMEIRAS, que nasceu com a marca da esperança de reorganização de um clube e de luta contra a tirania, precisa refletir, se unir e agir com inteligência e rapidez, para que o mal e seus asseclas mustafianos não retornem como um tsunami.
Mama mia!
*Paulo Massini é comentarista da Rede CBN de rádio.
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Benê Lima